O projeto Karatê Dô Tradicional Esporte e Cidadania está com o calendário movimentado neste ano. Em fevereiro, uma série de atividades serão promovidas com objetivo de beneficiar 260 crianças, adolescentes e jovens em vulnerabilidade social nos bairros de Cuiabá e região. A iniciativa de sucesso já é promovida há décadas pela Associação Centro América de Karatê Shotokan, e conta com apoio do Ministério da Cidadania e Secretaria Nacional ao Incentivo e Fomento dos Esportes.

Na próxima terça-feira (14.02) o projeto inicia suas atividades com cerca de 100 crianças, da faixa etária de 5 a 11 anos, da Escola Municipal Ezequiel Pompeu de Siqueira, no bairro Araés, na capital. Na oportunidade, será feito teste de aptidão física para saber como está o condicionamento dos atletas no pós-férias. Também será o início de uma caminhada de preparação para os campeonatos Estaduais, Nacionais e Mundiais, que ocorrerão no segundo semestre deste ano.

“Na escola as crianças estão sendo preparadas, muitas delas querem crescer na modalidade do Karatê-Dô Tradicional a nível nacional”, destaca a sensei Vilda Aparecida Lúcio, uma das responsáveis pelos projetos sociais desenvolvidos pela Shotokan.

Ela ressalta que, pelo projeto, “tudo é oferecido sem custos” aos jovens em vulnerabilidade social. “São kits esportivos, uniformes compostos de camiseta, kimono. Há também participação nos festivais, cursos de capacitação e exame de faixa, que é a troca de graduação. E quando descobrimos talentos, eles são convidados pela equipe técnica a participar dos treinamentos na sede Shotokan, e aí o engajamento aos eventos oficiais intensificam. Conseguimos encaminhá-los à seleção que representará a Associação, o Estado e o município [de Cuiabá], nos campeonatos pelo Brasil e mundo afora”, detalha a sensei.

*Transformando vidas*

É o exemplo da Alice Vitória, uma das atletas apoiadas pelo projeto. Com apenas 11 anos de idade, ela já é campeã nacional e mundial, títulos que foram conquistados no ano passado. Atualmente, Alice treina na sede da Shotokan. A mãe dela, Zuleide Almeida, destaca que o “Esporte e Cidadania” transformou a vida da jovem. Elas moram no bairro São Mateus, região periférica da grande Cuiabá.

“Mudou e muito a vida da Alice, e pra melhor: tanto na postura física como no respeito ao próximo. Ajuda ela muito a se sentir amada e querida, pois, antes do projeto, ela era muito solitária. Só tenho agradecer”, diz a mãe orgulhosa.

*Cidadania e socialização*

Para o sensei Rodrigo Lúcio de Souza, diretor técnico da Shotokan, esse é um dos principais objetivos do projeto: integrar socialmente e formar cidadãos para além de atletas.

Ele ressalta que não basta o aluno ser bom tecnicamente. Se ele ou ela não tiver um bom desempenho escolar, não troca de faixa e não participa das competições inerentes ao projeto.

Acrescenta que o Karatê é uma grande aliado da educação, justamente por ensinar disciplina, respeito e hierarquia. “E a prática do esporte acaba refletindo na vida desses jovens, pois muitos passam a ser mais responsáveis, disciplinados e respeitosos com os professores em sala de aula, por exemplo”, afirma o sensei.

*Calendário movimentado*

Rodrigo lembra ainda que o calendário do projeto Karatê Dô Tradicional Esporte e Cidadania conta com uma série de atividades, que se intensificam agora, na segunda quinzena de fevereiro, e se estendem até dezembro deste ano. Entre as atividades estão exames de faixas e participações em campeonatos municipais, estaduais, nacionais e internacionais.

Nos próximos dias 17 e 18 de fevereiro, por exemplo, os alunos vão passar por um curso preparatório para os exames de faixas roxa, marrom e preta (Dan). Já em março será realizado um curso de arbitragem e também exame teórico e prático envolvendo todas as graduações de faixas.

*Apoio e polos de atuação*

Ao todo são três polos de atuação, em que são beneficiadas 260 crianças, adolescentes e jovens pelo projeto apoiado pelo Ministério da Cidadania e Secretaria Nacional ao Incentivo e Fomento dos Esportes.

Os polos são:

– Shotokan (46 karatecas atendidos no projeto que serão capacitados e formados para representar a associação e o Estado em eventos oficiais);

– Associação Beneditina, do Bairro Pedra 90 (atendimento para 120 meninas em vulnerabilidade social), e;

– EMEB Ezequiel Pompeu de Siqueira (atendimento de 94 crianças na faixa etária de 5 a 11 anos).