Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #14 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Uma das projeções aponta o Internacional como favorito diante do Cuiabá no jogo da noite deste sábado em Porto Alegre, onde a temperatura pode estar abaixo dos 5ºC.

Números referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros não consideram gols olímpicos nem marcados em cobranças de pênaltis e faltas diretas. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 77.055 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.166 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe. Confira todas os prognósticos:

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Palmeiras

O São Paulo domina amplamente esse confronto quando mandante (7 V, 6 E, 1 D, 64%) pela Série A de 2006 em diante, mas a produtividade do Palmeiras indica que o visitante está mais focado no Brasileirão. A história mostra que o São Paulo coloca energia extra nessa partida. A diferença entre as chances de cada é de menos de um por cento (33,99% x 34,78%). A defesa são-paulina vem melhorando (linha vermelha no gráfico), mas o ataque palmeirense, também. O São Paulo fez sete de seus últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, mas o Palmeiras só levou três. O Palmeiras é o terceiro melhor visitante do Brasileirão (4 V, 0 E, 2 V, 67%), o São Paulo é o 13º mandante (1 V, 3 E, 2 D, 33%). O Palmeiras tem cinco gols em contragolpes, maior marca, o São Paulo sofreu apenas um, e o Palmeiras, nenhum. O São Paulo fez dois.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Internacional

 

O Cuiabá encerrou contra a Chapecoense uma série e cinco jogos sem vitória (uma derrota e quatro empates), e o Internacional precisará de atenção nas bolas altas: dos últimos 12 gols do Cuiabá, oito foram marcados a partir de jogadas aéreas (67%), e fora de casa foram cinco de sete (71%). Dos últimos 12, o Inter sofreu cinco pelo alto (42%). No bimestre, o Cuiabá é o segundo visitante com maior média de gols por jogo a partir de bolas aéreas (0,67). A defesa gaúcha tem melhorado (não levou gol em quatro dos últimos seis jogos), mas é o terceiro mandante que menos suporta pressões, com um gol sofrido a cada 7,6 finalizações. O Cuiabá é o segundo time com mais gols (quatro) e o segundo que mais sofreu (cinco) em contra-ataques. O Inter fez um e levou três.

 

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Favorito >> Bragantino

O Grêmio vem de três vitórias consecutivas como visitante (LDU pela Sul-Americana, Fluminense no Brasileirão e Vitória pela Copa do Brasil). Até aqui, a equipe gaúcha é a quarta pior visitante do Brasileirão: terceiro ataque que precisa de mais finalizações para fazer um gol (19,0) e terceira defesa que menos suporta pressões, com um gol sofrido a cada 7,4 tentativas. O Bragantino é o décimo mandante (2 V, 6 E, 0 D, 50%) com o quinto ataque em eficiência (um gol a cada 7,6 tentativas), mas com a quarta defesa que menos suporta pressões, um gol sofrido a cada 8,1 finalizações contrárias. O Bragantino é a equipe que mais fez gols em finalizações de fora da área (sete). O Grêmio não fez qualquer gol assim, apesar de ser a segunda equipe com maior proporção de chutes de fora (52%). O Bragantino aposta na troca de passes rasteiros e marcou assim seis dos últimos dez gols. Foi dessa forma que o Grêmio sofreu nada menos que oito dos últimos dez gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Flamengo

 

Duas equipes que trabalham a bola para finalizar de dentro da área: o Corinthians tem a maior proporção de finalizações de dentro da área (62,4%), e o Flamengo, a quarta maior (56,3%). Quanto mais perto do gol, mais fácil de a bola entrar. Ainda assim, o Corinthians fez dez gols, e o Flamengo, 21. Enquanto o Corinthians tem média de 10,2 finalizações por jogo no agregado dos mandos (14º desempenho), o Flamengo faz 16,6 (maior marca) ou 60% mais que o Corinthians. Nos cinco jogos sob o comando de Renato Gaúcho, o Flamengo venceu todos, marcou 21 gols e sofreu dois. Em 15 jogos com o técnico Sylvinho, o Corinthians venceu quatro, empatou seis e perdeu cinco (40%), marcou 11 gols e sofreu 13.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Atlético-MG

Um imenso potencial para ser um jogaço! O Atlético-MG é o mandante mais eficaz do Brasileirão com um gol marcado a cada 6,7 tentativas e 13,3 conclusões por jogo, só a nona marca, mas que lhe dá potencial par fazer dois gols. Já o Athletico-PR é o visitante mais preciso, com um gol a cada 5,6 tentativas e média de 9,3 conclusões por partida fora de casa, a 13ª média visitante. São duas equipes que jogam com troca de passes rasteiros. O Atlético-MG fez assim sete dos últimos dez gols, e o paranaense, oito. Também levam muitos gols dessa forma, os mineiros sete, e os paranaense cinco dos últimos dez gols sofridos.

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Favorito >> Bahia

O Bahia vem de quatro derrotas seguidas e seis nos últimos oito jogos (com duas vitórias). O Sport só venceu um dos últimos oito (quatro empates e três derrotas) Defensivamente, o Sport tem sido mais estável do que o Bahia, que a cada rodada permite que os adversários produzam mais no ataque (linhas vermelhas nos gráficos). O Bahia é o segundo mandante que menos resiste a pressões, com um gol sofrido a cada 7,1 finalizações contrárias no Brasileirão, e o Sport é o sexto visitante que mais tem resistido, com um gol sofrido a cada 14,8 conclusões adversárias. Porém, o Bahia faz um gol a cada 9,2 conclusões quando mandante, sétimo desempenho caseiro, a produtividade de seu ataque no agregado dos mandos vem despencando. As duas equipes estão fazendo gols principalmente no jogo aéreo, com oito dos últimos dez gols do Bahia e seis dos últimos dez do Sport marcados assim, mas o Bahia só levou três e o Sport quatro dos últimos dez a partir de bolas altas.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Santos

 

A Chapecoense perdeu sete dos últimos oito jogos (um empate) e seu ataque é o quarto mandante que precisa de mais finalizações para fazer um gol (19,7) ao mesmo tempo em que é o segundo que menos finaliza (9,8 por partida). O Santos é o visitante que menos resiste a pressões, com um gol sofrido a cada 5,5 finalizações. Embora seja a segunda defesa visitante que menos sofre finalizações por jogo (11,0), esse volume é suficiente para levar dois gols contra ataques eficazes, que não é o caso da Chapecoense. Infelizmente, uma das duas ineficiências vai levar a pior. O Santos não vence fora de casa há seis jogos (três empates e três derrotas) e só venceu duas vezes em 19 jogos como visitante na temporada. Há potencial no jogo para gol aéreo do Santos, principalmente, que marcou assim em nada menos que sete dos últimos oito gols, e a Chapecoense leva metade de seus gols pelo alto, assim como também marca metade com bolas altas. O Santos levou assim três dos últimos oito gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Fortaleza

O Fortaleza venceu seis dos últimos sete jogos, mas só dois jogos fora de casa, com uma derrota. O Castelão é estádio neutro. Nos últimos sete jogos, o Ceará venceu duas e empatou cinco, quatro jogos e quatro empates fora de casa. O Ceará é o sexto mandante em eficiência, com um gol a cada 8,3 finalizações, e o Fortaleza é o quarto visitante que mais suporta pressões, com um gol a cada 16,6 conclusões. Se campo neutro, no agregado dos mandos o Ceará é o 11º em finalizações por gol marcado (11,6), e o Fortaleza, o sétimo (8,95). Defensivamente, o Fortaleza é a defesa mais resistente, com um gol sofrido a cada 15,0 finalizações contrárias, e o Ceará é o décimo (11,1).

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Atlético-GO

A principal diferença entre as equipes está na eficiência defensiva. O Atlético-GO é o quinto mandante que mais suporta finalizações, com um gol sofrido a cada 13,8 tentativas, e ainda é a quarto que menos permite finalizações aos adversários (9,2). Apesar de em casa o América-MG suportar 15,8 finalizações para cada gol sofrido, quando visitante ele é o segundo que menos resiste às pressões, com um gol sofrido a cada 7,1 tentativas. Pior ainda, é o terceiro que mais sofre finalizações (15,3), potencial para sofrer dois gols. Os jogos do América-MG são mais decididos em trocas de passes rasteiros, com sete de cada dez gols pró ou sofridos em jogadas rasteiras, mesma marca dos sofridos do Atlético-GO, que no entanto fez seis dos últimos dez usando bolas altas, um dificultador.

 

Fluminense x Juventude >> Adiado e sem data

Resultado

Favoritismos acertou 60 dos 126 jogos analisados, aproveitamento de 48%.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 77.055 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.166 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Abaixo, apresentamos a chance estatística que cada equipe tem de terminar o Brasileirão em determinada posição. Para chegar a essas previsões, foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

 — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Globo Esporte)