O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) publicou estimativa para o desmatamento em 2023. De acordo com a publicação, o desmate em Mato Grosso deve atingir uma área de 1.780 km² neste ano, o equivalente a mais de 249 mil campos de futebol, colocando o estado em terceiro lugar no ranking dos maiores desmatadores. Na frente de Mato Grosso, devem ficar Pará, líder disparado na projeção de desmatamento, e Amazonas.

As projeções foram desenvolvidas pelo Imazon em parceria com o Fundo Vale e com a Microsoft, criando a ferramenta chada PrevisIA. De acordo com o Instituto, a ferramenta demonstrou 80% de assertividade com relação à projeção de desmatamento de 2022. Conforme os pesquisadores, a PrevisIA pode ser utilizada em 2023 para direcionar as ações de combate ao desmatamento nas áreas com as maiores perspectivas de serem afetadas.

“Desde o lançamento da PrevisIA, em 2021, nós estamos repetindo que queremos errar a previsão, porque nosso objetivo é que essa tecnologia seja usada para evitar que o risco de derrubada vire realidade. É para isso que trabalhamos a cada ano, para aprimorar a ferramenta. Em uma região tão extensa como a Amazônia Legal, poder direcionar as ações de fiscalização para os pontos sob maior risco pode torná-las mais eficazes com menor gasto público”, explica o pesquisador Carlos Souza Jr.

Os números estimados apontam que, além de figurar no ranking dos nove estados com maior índice de desmate, Mato Grosso também pode aparecer na lista dos municípios campeões no desmatamento, com Colniza (1.064 km de Cuiabá) no décimo lugar. De acordo com o mapa da PrevisIA, todos os municípios de Mato Grosso com maior risco para o desmate se encontram no norte do estado.

A Unidade de Conservação Guariba-Roosevelt, no noroeste de Mato Grosso, também pode ser altamente impactada com o desmatamento em 2023. Segundo o Imazon, a unidade deve perder 22 km² de sua área total, tamanho semelhante a de 3.081 campos de futebol.

O QUE DIZ A SEMA

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) destacou que o objetivo do governo do Estado é atingir o desmatamento ilegal zero e, para isso, investiu mais de R$ 180 milhões nos últimos quatro anos nas ações de combate ao desmatamento ilegal e incêndios florestais ” e monitora todo o território estadual, em tempo real, com sistema de imagens de satélites de alta resolução”.

“Nos últimos quatro anos, foram mais de R$ 5,2 bilhões em multas aplicadas, 27 mil alertas atendidos e 1,2 milhões de hectares embargados. Em 2022, a abertura de áreas legais chegou a 38%, o que é um marco histórico, já que em 2019, apenas 5% do desmate identificado era legal”, diz trecho.

LEIA NA ÍNTEGRA

Mato Grosso teve redução de 13,8% no desmatamento no último ano referência apurado pelo PRODES/Inpe, que representa a medição oficial do Brasil. O objetivo do Estado é desmatamento ilegal zero, para isso, o governo investiu mais de R$ 180 milhões nos últimos quatro anos, nas ações de combate ao desmatamento ilegal e incêndios florestais e monitora todo o território estadual, em tempo real, com sistema de imagens de satélites de alta resolução.

Mato Grosso é o Estado que mais atendeu alertas de desmatamento do Brasil, com multas, embargos e responsabilização de infratores, conforme o MapBiomas. Nos últimos quatro anos foram mais de R$ 5,2 bilhões em multas aplicadas, 27 mil alertas atendidos e 1,2 milhões de hectares embargados. Em 2022, a abertura de áreas legais chegou a 38%, o que é um marco histórico, já que em 2019, apenas 5% do desmate identificado era legal.

Fonte: HiperNotícias