Com potencial de vitória de 67%, o Atlético-MG é contra o Corinthians o maior favorito da rodada, enquanto a equipe paulista é a maior zebra, com potencial visitante de 12%. Já o Cuiabá, que vem evoluindo nos últimos jogos, aparece como favorito diante do Bahia no jogo que movimenta a Arena Pantanal (veja mais abaixo).

Na disputa entre os líderes, o visitante Botafogo, que tem sete pontos de vantagem na classificação, é o favorito com potencial de vitória de 36% contra 35% do Grêmio. Sem os arredondamentos, a vantagem do Botafogo é de 1,79 ponto percentual (34,64% x 36,43%).

Botafogo não jogou no meio de semana e teve mais tempo para se preparar para a partida, enquanto o Grêmio atuou na terça-feira pela Copa do Brasil, em Salvador, empatando em 1 a 1 contra o Bahia. Faz diferença.

Carrossel Favoritismos #14 — Foto: Infoesporte

Carrossel Favoritismos #14 — Foto: Infoesporte

Analisamos 96.728 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 3.929 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Vasco

 

  • Desde 2019 as equipes não se enfrentam pela Série A, mas nos pontos corridos o Cruzeiro dá muito trabalho quando visitante contra o Vasco, que venceu quatro em casa e perdeu seis desde 2006. Neste Brasileirão, vem caindo o nível de ameaça do ataque do Cruzeiro (linha preta do gráfico de xG), enquanto o do Vasco cresce. Só que o Vasco precisa de 21,3 tentativas para marcar em casa, e o Cruzeiro, de 7,6 para fazer um gol quando visitante.
  • As duas equipes marcaram a partir de jogadas aéreas sete dos últimos dez gols. Há potencial para gol dessa forma porque as duas equipes estão sofrendo metade dos gols pelo alto e metade por baixo. Como os ataques estão concentrados no jogo aéreo, passa a ser maior a chance de isso acabar ocorrendo

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Cuiabá

 

  • As duas equipes estão muito ineficientes tanto no ataque quando na defesa, mas o sistema defensivo do Bahia tem sofrido uma queda acentuada no rendimento (linha vermelha do gráfico do xG), com os adversários impondo um nível de ameaça crescente.
  • Outra partida com forte potencial para gol a partir de jogada aérea porque o dos últimos dez gols marcados, o Cuiabá levantou a bola em sete, e o Bahia, em seis. O Cuiabá sofreu em jogadas assim seis dos últimos dez gols, e o Bahia, metade. Diferença é que Cuiabá sofreu com bolas altas três dos últimos quatro, e o Bahia, apenas um dos últimos cinco.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

 

  • O Atlético-MG está invicto em casa há oito jogos (5 V, 3 E, 75%). Nos últimos oito jogos fora, o Corinthians obteve 1 V, 1 E, 6 D, 17%). No ano, o Corinthians tem 3 V, 4 E, 12 D, 23% como visitante; o Atlético-MG em 19 jogos que na temporada tem 13 V, 4 E, 2 D, 75%.
  • É grande o potencial para gol do Atlético-MG a partir de jogada aérea, já que fez assim quatro dos últimos cinco gols, e o Corinthians sofreu dessa forma oito dos últimos dez gols. O Atlético-MG levou após bolas altas sete dos últimos dez gols, ainda assim, o Corinthians só usou bola alta em um dos últimos seis gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> América-MG

 

  • Um problema do Coritiba é que arrisca demais de fora da área, o terceiro que mais faz isso, com metade de todas as finalizações sendo feitas de longe, de onde é muito mais difícil fazer um gol. Foram 76 finalizações de fora e três gols. De dentro da área, 76 tentativas e oito gols.
  • O Coritiba usou bolas altas para marcar quatro dos últimos cinco gols, e o América-MG sofreu dessa forma cinco dos últimos sete jogos. No ataque, o América-MG usou bolas altas para fazer seis dos últimos de gols e três dos últimos cinco, mas o Coritiba só levou assim quatro dos últimos dez e dois dos últimos seis gols.

 

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

 

  • Como mostram os gráficos de xG, após uma queda sensível, o ataque do Palmeiras voltou a impor um maior nível de ameaça aos adversários, mas isso ao custo de deixar a defesa mais exposta. O ataque do Flamengo também vem produzindo menos, mas com uma eficiência muito alta, que compensa um patamar de exposição defensiva maior que a do Palmeiras.
  • A bola aérea vem sendo o ponto fraco das duas defesas, que sofreram dessa forma cinco dos últimos sete gols. No ataque, no entanto, vêm fazendo mais gols em jogadas rasteiras: o Palmeiras trocou passes para fazer três dos últimos quatro gols, e o Flamengo, três dos últimos cinco. Não será surpresa se mudarem e apostarem no jogo aéreo.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Santos

 

  • O Santos tinha um domínio quase absoluto quando mandante contra o Goiás, mas isso mudou nos dois últimos anos, com duas vitórias seguidas do visitante pela Série A. Antes disso, o Santos tinha 7 V, 1 E e 1 D em casa contra o Goiás desde 2006.
  • Os dois ataques têm chegado ao gol principalmente em trocas de passes rasteiros, o Santos com sete dos últimos nove gols feitos dessa forma, e o Goiás com os quatro últimos. Mas as defesas sofrem mais pelo alto, ambas com quatro dos últimos seis gols sofridos dessa forma.

 

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fluminense

 

  • Pela Série A, o Fluminense chegou a reverter isso, mas ano passado o Internacional voltou a se impor como visitante após o Fluminense vencer três vezes seguidas como mandante. De 2012 a 2018, o Internacional empatou quatro e venceu duas, mesmo fora de casa. É um visitante que historicamente dá trabalho ao Fluminense, que neste ano espera fazer valer a grande eficiência caseira. Está invicto.
  • O Internacional fez seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e foi dessa forma que o Fluminense sofreu sete dos últimos dez gols (e os últimos cinco). O Internacional também vem sofrendo com as bolas altas, sofrendo assim cinco dos últimos sete gols, mas no Fluminense é a bola rasteira que domina o ataque, com seis dos últimos dez gols e três dos últimos cinco.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bragantino

 

  • A cada rodada tem sido mais difícil entrar na defesa do Bragantino, que vem sofrendo um nível de ameaça cada vez menor (linha vermelha do gráfico de xG), abaixo de um gol por jogo, dando suporte para o ataque construir com segurança. É de se esperar por dificuldades para o ataque do São Paulo, que vem sofrendo no Brasileirão uma queda do nível de ameaça (linha preta do gráfico de xG).
  • Dos últimos dez gols feitos e sofridos, é equilibrada a influência aérea e rasteira, com exceção do Bragantino, que sofreu oito dos últimos dez gols em jogadas rasteiras. Mas o Bragantino fez quatro dos últimos seis gols usando bolas altas, e o São Paulo fez assim seus últimos quatro gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Botafogo

 

  • Desde 2006, pela Série A, quando mandante o Grêmio venceu 11 e só perdeu duas em 14 confrontos com mando gremista. A última vitória do Botafogo foi em 2016. Invicto em casa, agora, o Grêmio é terceiro melhor mandante, com 5 V, 2 E, 0 D, 81% de aproveitamento. O Botafogo é o melhor visitante com 4 V, 0 E, 2 D, 67% de aproveitamento.
  • Uma característica que une líder e vice-líder é a paciência para construir as jogadas de ataque. São duas das três equipes com maior proporção de finalizações de dentro da área: o Grêmio faz 62% de suas finalizações de dentro da área, segunda maior marca, e o Botafogo faz 60,5%, terceira maior marca. O líder do quesito é o Fortaleza, com 62,2%.
  • As duas equipes vêm conseguindo chegar ao gol principalmente em jogadas rasteiras. O Grêmio trocou passes para fazer quatro dos últimos seis gols, e o Botafogo, quatro dos últimos cinco. O Botafogo sofreu em jogadas rasteiras quatro dos últimos seis gols, mas o Grêmio levou três dos últimos cinco gols a partir de bolas altas.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fortaleza

 

  • Apesar da característica competitividade que tem demonstrado, o Athletico-PR não vence como visitante há seis jogos, com cinco derrotas e um empate, pelo Brasileirão fora duas derrotas e um empate. A equipe vem em um crescente em seu nível de ameaça (linha preta do gráfico de xG, mas dos últimos seis jogos pela Série A, fez quatro como mandante.
  • O Fortaleza sofreu quatro dos últimos seis gols a partir de jogadas aéreas, mas de resto, é a bola rasteira que tem virado gol: o Fortaleza marcou quatro dos últimos seis gols em trocas de passes, e o Athletico-PR marcou e sofreu três dos últimos cinco gols dessa forma.

 

Metodologia

 

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2023 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos oficiais, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 96.728 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.929 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Vitória Lemos.  (GE)