Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #6 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando, considerando também as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em uma dessas projeções, o São Paulo aparece como favorito para o duelo contra o Cuiabá no Morumbi, na noite desta quarta-feira.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 75.165 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.085 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para entender a produtividade atual de cada equipe.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Flamengo

 

O Flamengo faz sua quarta partida pelo Brasileirão e o quarto como mandante. Vem precisando em média de 10,2 finalizações para conseguir um gol, a 13ª eficiência mandante. O Fortaleza está precisando de 10,5 finalizações para fazer um gol quando visitante. Ofensivamente, as duas equipes estão com desempenhos semelhantes, mesmo com a difereça de mando. E aí, a defesa faz uma diferença incrível: o Flamengo em casa tem levado um gol a cada 10,0 conclusões, mas vêm sendo necessárias 22,0 finalizações para fazer um gol na defesa do visitante Fortaleza, que até aqui a equipe enfrentou fora de casa Atlético-MG e Atlético-GO, que estão na parte de cima da tabela. A defesa do Fortaleza é a melhor visitante da temporada, com apenas três gols sofridos em 12 jogos.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> São Paulo

Em toda a temporada, o São Paulo é o quarto melhor mandante (7 V, 2 E, 1 D, 77%). Não perde há cinco jogos em casa (3 V, 2 E). O Cuiabá, por sua vez, ainda não venceu no Brasileirão (2 E, 1 D), mas sua defesa está mostrando força, com apenas um gol sofrido em 31 finalizações contrárias, terceira maior resistênica visitante (só quem não levou gol está melhor). É um indicador de que o São Paulo deve encontrar resistência. A equipe paulista tem a terceira maior média mandante de gols a partir de jogadas aéreas (1,10) no bimestre, e o Cuiabá tem se defendido com perfeição destas jogadas. Um desses desempenhos será quebrado.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bragantino

 

  • Nenhum mandante finaliza mais do que Bragantino, que tem média de 19,5 conclusões por partida. E tem feito um gol a cada 7,8 conclusões. A alta produtividade do ataque da equipe de Bragança Paulista joga sua expectativa de gols (xG) para o alto, o que o torna favorito na partida. Só que terá dois desafios pela frente: primeiro que a defesa do Palmeiras só sofreu um gol enquanto visitante em dois jogos no Brasileirão com 23 finalizações sofridas. Outra que a defesa do Bragantino até aqui fica exposta com essa ofensividade, e já levou cinco gols em casa em dois jogos. O Palmeiras é o segundo melhor visitante do bimestre, mas perdeu dois dos últimos quatro jogos fora de casa. Potencial para jogaço.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Empate

 

Primeiro de tudo que o Atlético-GO já fez 13 jogos como mandante nesta temporada e só levou gol em dois. Não leva gol em casa há cinco jogos (Palestino e Libertad pela Sul-Americana, São Paulo e Fortaleza pelo Brasileirão e Corinthians pela Copa do Brasil). Ou seja, ainda não levou gol em casa pelo Brasileirão em 17 finalizações. Mas nos últimos oito jogos em casa, não fez gol em seis… Nas últimas nove partidas em casa, a equipe tem um padrão curiosíssimo: uma vitória seguida por dois empates. Este jogo seria o de nova vitória, mas o Fluminense empatou os três primeiros jogos fora de casa pelo Brasileirão (São Paulo, Bragantino e Fortaleza).

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> América-MG

 

Duas equipes que subiram este ano para a Série A e estão enfrentando grandes dificuldades com a nova realidade, mas a força da defesa do América-MG é um trunfo quando um time passa por dificuldades: nos jogos que disputou como mandante, o Corinthians só conseguiu fazer seis finalizações no jogo, e o Cuiabá, sete. Dos 20 times da Série A, é o mandante de menor média de finalizações sofridas. Isso facilita as coisas, principalmente se considerado que o Juventude em duas partidas como visitante tem média de 4,5 conclusões por partida. Contra o Santos, na terceira rodada, fez apenas duas finalizações no jogo todo…

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Corinthians

 

O Corinthians é impiedoso quando recebe o Sport. De 2006 para cá, pela Série A, foram oito vitórias consecutivas e apenas uma derrota, em 2007. Agora, está sob pressão e precisa da vitória para tudo ficar mais… azul. É de de se esperar uma dificuldade extra na partida: o Corinthians tem nos últimos dois meses a sexta maior média de gols a partir de jogadas aéreas quando mandante e a sexta maior influência aérea ofensiva (52.9%), só que o Sport qando visitante no período tem a quarta menor média de gols sofridos pelo alto (0,20). O time pernambucano jogou dez vezes no bimestre (cinco como visitante) enquanto o Corinthians jogou 17 partidas (dez só como mandante), por isso, cada gol que sofre tem peso estatístico maior. Sofreu só quatro gols em cinco jogos fora de casa, e só um pelo alto. Difícil comparar.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Atlético-MG

 

O Ceará não vence há seis jogos e dos últimos nove só saiu vitorioso de um. Em casa o desempenho está um pouco melhor, com três vitórias e duas derrotas nos últimos cinco jogos, ainda assim, tem a quinta pior campanha caseira (empatado com o Palmeiras) nos últimos dois meses. Para piorar o cenário, vai receber o Atlético-MG, que é o melhor visitante do período com sete vitórias em oito jogos. O Ceará precisará ser ofensivo, mas o Atlético-MG no bimestre tem oito gols em contra-ataques, segunda melhor marca no agregado dos mandos. Vai ser difícil surpreender, mas na rodada passada, a Chapecoense empatou em Minas Gerais. Futebol…

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Chapecoense

 

Foram cinco jogos pela Série A de 2006 para cá, e a Chapecoense venceu os cinco. A defesa do Internacional neste início de Brasileirão tem sofrido em média um gol a cada 6,8 finalizações. Nos últimos dois meses a Chapecoense tem a oitava maior média de gols pelo alto entre os mandantes (0,71) e a terceira maior influência aérea ofensiva (71,4%) sem contar pênaltis. Dos últimos sete gols feitos em casa, cinco foram em escanteios (quatro) e em cruzamento após um escanteio, a maioria do lado direito. O Internacional entre os visitantes tem a sexta maior média de gols sofridos pelo alto (0,57) e levou metade dos gols assim dessa forma.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Grêmio

 

  • O Grêmio é muito dominante quando recebe o Santos. De 2006 para cá, com este mando pela Série A, foram sete vitórias do Grêmio, seis empates e apenas duas vitórias do Santos em 15 partidas. E embora o Grêmio tenha perdido sua última partida em casa, para o Athletico-PR por 1 a 0, vinha de oito jogos sem perder, com sete vitórias. Já o Santos é o pior visitante tanto do bimestre quanto da temporada. São duas das três equipes que mais trocam passes (o Grêmio é a segunda com média de 544; o Santos a terceira com média 502). O Santos mostra melhoras e precisará de muita, pois fora de casa tem levado um gol a cada 3,3 conclusões sofridas, embora seja o visitante que menos sofre finalizações (6,5 em cada um dos dois jogos).

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Empate

 

É de se esperar que o Bahia use o jogo aéreo para chegar ao gol. Não que seja um grande especialista. Sem contar pênaltis e faltas diretas, marcou quatro dos últimos oito gols pelo alto. A questão aqui é que na temporada toda, o Athletico-PR em 12 partidas como visitante só sofreu cinco gols em jogadas (seis contando um pênalti) e quatro deles foram pelo alto. E espera-se o mesmo do Athletico-PR, que dos últimos nove gols que marcou, conseguiu setis pelo alto. Antes do jogo contra o Montevideo City Torque, pela Sul-Americana, até se diria que o Bahia dominava seu espaço aéreo, mas levou quatro naquele jogo e depois mais um do Bragantino. A bola deve sobrevoar muito as áreas.

 

Metodologia

 

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 75.1656 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.085 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos ainda a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo de cada e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.

De cada cem finalizações da meia lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia lua tem cerca de 0,07 expectativa de gol (xG). Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de virar gol, que cresce se for um contra-ataque, por haver menos adversários para evitar a finalização. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. A partir da rodada #5, apresentaremos a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).

Resultado

Favoritismos acertou 22 dos 46 jogos analisados, aproveitamento de 48%.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Favoritismo/Globo Esporte)