Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #10 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 76.386 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.135 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para a produtividade atual de cada equipe. Na previsão para o Cuiabá, o prognóstico crava um empate na Arena Pantanal (veja mais sobre isso abaixo).

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Palmeiras

Dos últimos 12 jogos como visitante, o Santos só venceu um, contra o Cianorte, pela Copa do Brasil. Foram nove derrotas e dois empates. É o time forasteiro que precisa de mais finalizações para conseguir um gol (29 em média) e o que menos resiste a pressões, sofrendo um gol a cada 4,9 conclusões. No Brasileirão, é o visitante que mais finaliza (14,5), mas em quatro jogos o que mais fez foi consagrar goleiros adversários. Ao mesmo tempo, tem chegado muito perto de marcar. Uma hora a bola entra. O Palmeiras tem a oitava defesa mandante mais resistente a finalizações, mas sua força está mesmo no ataque, o segundo mandante que mais finaliza (média 16,2 por partida) e o terceiro mais eficaz, com média de um gol a cada 7,4 tentativas.

 

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Favorito >> Grêmio

A chegada do técnico Felipão mexe muito com o Grêmio, que parece estar carente de uma personalidade “histórica do clube” após tanto tempo sob o comando de Renato Gaúcho. A equipe é a última colocada na classificação com dois pontos conquistados em 24 disputados (aproveitamento de 8%). Não consegue uma vitória desde a final do Campeonato Gaúcho, em 6 de junho (3 E, 5 D). A equipe não fez gol em sete desses oito jogos e levou gol em seis deles. No Brasileirão, a precisão dos ataques é o que mais separa as equipes: em casa, o Grêmio está precisando de 31,5 finalizações para conseguir um gol, terceiro pior desempenho, apesar de ter a quarta melhor média de finalizações (15,8 por jogo). O Inter quando visitante está conseguindo um gol a cada 9,2 tentativas, sexto desempenho visitante com a nona média de finalizações por partida (11). A duas equipes têm sofrido um gol a cada dez conclusões.

 

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Favorito >> Athletico-PR

Segundo e terceiro colocados no Brasileirão: o Athletico-PR é o terceiro melhor mandante da competição (3 V, 1 E, 0 D, 83%), o Bragantino, o melhor visitante com cinco vitórias em cinco jogos. O Athletico-PR tem sexto ataque mandante (média de 1,75 gol por partida) e a sexta defesa (1,00); o Bragantino, o segundo melhor ataque visitante ( 2,20) e a segunda melhor defesa (0,80). A precisão nas finalizações é o ponto forte: o Athletico-PR com um gol a cada 7,4 tentativas, quarto mandante mais eficaz, o Bragantino com um gol a cada 6,5 tentativas, terceiro melhor desempenho visitante. A equipe paulista é a segunda que mais finalizou em contra-ataques (2,20 por jogo) e já fez dois gols assim, mas o Athletico-PR é o terceiro time que menos sofreu dessas finalizações (1,00), mas já sofreu um gol. Duas equipes que aproveitam as bolas aéreas: sem contar pênaltis e faltas diretas, em casa o Athletico-PR fez pelo alto 15 dos últimos 20 gols marcados (75%); o Bragantino fez pelo alto 12 dos últimos 20 fora de casa.

 

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Favorito >> São Paulo

O São Paulo ainda não venceu em casa, mas vem de sua primeira vitória fora de casa, sobre o Internacional (2 a 0). O Bahia só ganhou um de oito jogos realizados com este mando pela Série A de 2006 em diante; o São Paulo venceu quatro, embora, agora, o São Paulo esteja com a quinta pior defesa mandante do Brasileirão (média de 1,25 gol sofrido por jogo), e o Bahia, com o melhor ataque visitante (2,25). O São Paulo vem produzindo pouco, o quinto mandante que menos conclui (10,3), com média de um gol por jogo em casa. O Bahia é o quinto visitante que mais finaliza (média 12,3) e tem a segunda maior eficácia, com um gol sofrido a cada 5,4 tentativas. E vai enfrentar a defesa são-paulina, quem embora seja a quinta que menos permite finalizações (9,0 por jogo), é a terceira que menos resiste a pressões, com um gol sofrido a cada 7,2 conclusões. O Bahia é o quarto visitante que mais sofre finalizações (14,8) e o quinto menos resistente, levando um gol a cada 8,4 finalizações sofridas. Duas defesas pouco resistentes.

 

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Favorito >> Atlético-MG

É um jogo para bola rasteira, já que as duas defesas neutralizam muito bem seus espaços aéreos e pouco são dependentes das bolas altas para chegarem ao gol. São duas equipes que jogam, sim, explorando o contra-ataque: o América-MG o quarto que mais finaliza dessa forma (2,00 por jogo em média) e o Atlético-MG, o sexto que mais finaliza (1,80), mas o América principalmente quando visitante (2,80), e o Atlético-MG mais quando mandante (2,20), o oposto desta rodada. Ainda assim, na configuração desta rodada, o América-MG é o quinto mandante que mais sofre finalizações em contra-ataques (1,60), e o Atlético-MG, o quinto que mais sofre quando visitante (2,40). Ou ambos serão mais comedidos ou a chance de gol em contra-ataque cresce nesta partida. O Atlético-MG é o quarto visitante que mais permite finalizações (11,2), mas resiste a 14 para cada gol que sofre fora de casa.

 

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Favorito >> Fluminense

São duas defesas resistentes. A do Sport é a mandante mais resistente da competição, com um gol sofrido a cada 25,5 finaslizações contrárias com a agravante de ser a segunda que mais sofre finalizações (em média 12,8 por partida). Essa tem resistido mesmo a pressões. O Fluminense é o terceiro visitante mais resistente, com um gol sofrido a cada 16,5 conclusões, mas apenas a oitava que mais permite finalizações a adversários. A maior diferença entre os times está em o Fluminense ser o sétimo visitante mais eficaz no ataque, com um gol a cada 10,5 tentativas, e o Sport ter a segunda pior eficiência, com um gol a cada 34 tentativas. O problema é que a produção ofensiva dos times é baixíssima: a do Sport é a menor entre os mandantes (8,5 por jogo em casa), e a do Fluminense é a terceira menor entre os visitantes (8,4 por jogo). Haja eficácia para sair um gol nesse jogo.

 

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Favorito >> Juventude

O Atlético-GO perdeu dois dos últimos três jogos fora de casa (para Athletico-PR e Atlético-MG e venceu o Grêmio). O Juventude, por sua vez, venceu os últimos três em casa (Sport, Flamengo e Grêmio). São duas equipes que até aqui estão produzindo pouco: o Juventude é o quarto mandante que menos finaliza (10,2), e o Atlético-GO é o segundo visitante que menos conclui (8,3) no Brasileirão, mas a eficiência do Atlético-GO está melhor. O que deixa o jogo aberto é que são duas defesas que permitem muitas finalizações, a do Juventude sendo a quarta mais atacada (11,6 vezes por jogo em casa), e a do Atlético-GO, a terceira.

 

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Favorito >> Flamengo

Por um lado, e por isso é favorito, o Flamengo tem potencial para golear: o Flamengo é o mandante que mais finaliza (média 18,2), mas está apenas com a 12ª eficiência, com um gol marcado a cada 13 finalizações quando mandante. E a Chapecoense é a equipe que mais sofre finalizações entre os visitantes (15,8) e a quarta que menos resiste a pressões, com um gol sofrido a cada 7,9 finalizações contrárias. Mas se o Flamengo se empolgar com essa possibilidade, corre risco real de ser surpreendido, porque a Chapecoense é a quarta visitante que precisa de menos finalizações para marcar, com um gol a cada 6,7 conclusões e uma média de 9,4 finalizações por partida (a 13ª produtividade ofensiva). Sem contar pênaltis e faltas diretas, a Chapecoense fez cinco dos últimos seis gols utilizando bolas aéreas, e foi assim que o Flamengo sofreu quatro dos últimos seis gols e sete dos últimos dez.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Empate

 

Tem afirmação no futebol que é bem perigosa de ser feita, mas até aqui, o que de melhor se espera nesta partida é o desempenho defensivo do Ceará, quinta maior resistência visitante a finalizações, com um gol sofrido a cada 14,5 tentativas em média, sendo o sétimo visitante que mais sofre finalizações (11,6). O Cuiabá vem precisando de 15 tentativas para fazer um gol em casa. Defensivamente, o Cuiabá tem sofrido um gol a cada 4,6 finalizações contrárias, pior desempenho mandante, mas por outro lado tem o mérito de ser o segundo que menos permite finalizações a visitantes (7,7). A produção do Ceará é pequena, em média 9,6 tentativas por jogo fora de casa (décima marca), e vem precisando de 24 chances para fazer um gol, quarta pior eficiência entre os visitantes. É um jogo difícil.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Fortaleza

De um lado, o Fortaleza, melhor mandante do Brasileirão atá aqui (4 V, 1 E, 0 D), com o melhor ataque mandante (média 2,80). Do outro, o Corinthians, que em 16 jogos como visitante na temporada, não levou gol em 12 e só perdeu dois (8 V, 6 E). A equipe paulista tem a melhor defesa visitante do Brasileirão (média 0,40). Contra essa extraordinária eficiência defensiva, o Fortaleza conta a precisão de seu ataque, um gol feito a cada 5,7 finalizações em casa, melhor marca mandante com média de 16,0 finalizações por partida, terceira maior produtividade caseira. Finaliza muito, e a bola entra, um enorme desafio para o Corinthians. Não é jogo fácil, muito pelo contário. O Corinthians tem a defesa visitante que mais suporta pressões, sofrendo um gol a cada 29,5 conclusões, e a oitava que menos sofre finalizações (11,8).

Resultado

Favoritismos acertou 42 dos 96 jogos analisados, aproveitamento de 44%.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 76.386 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.135 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Abaixo, apresentamos a chance estatística que cada equipe tem de terminar o Brasileirão em determinada posição. Para chegar a essas previsões, foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Chances de cada equipe terminar em cada posição ao final do Brasileirão — Foto: Espião Estatístico

Chances de cada equipe terminar em cada posição ao final do Brasileirão — Foto: Espião Estatístico

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti.

(Favoritismo/Globo Esporte)