Os profissionais da rede estadual de educação estão em alerta nos municípios de Rosário Oeste (126 km de Cuiabá) e Vila Bela da Santíssima Trindade (540 da Capital) em decorrência do crescimento de casos de covid-19 nas unidades escolares. O alerta foi repassado ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT).
Segundo o Sintep, no município de Rosário Oeste, foram registrados três casos na Escola Estadual Coronel Artur Borges. As atividades foram suspensas após a confirmação de covid-19, em dois estudantes (irmãos), um deles vacinado, e ainda, uma professora, já imunizada.
Em Vila Bela da Santíssima Trindade, quatro profissionais – três da Escola Municipal Ricardo Franco, e um da Escola Estadual Verena Leite de Brito – além de cinco estudantes da escola municipal, testaram positivo para covid-19. As escolas tiveram as atividades suspensas, com encaminhamento para testagem coletiva. O número de casos colocou todos da comunidade escolar de sobreaviso.
Segundo a presidente da subdede do Sintep-MT em Vila Bela da Santíssima Trindade, Ana Cristina Freires, existe uma preocupação maior, porque mesmo os estudantes contaminados sendo de escola municipal, eles dividem o transporte escolar com estudantes da rede estadual. “Estamos realizando teste esta semana, até segunda-feira saberemos se existem mais casos”, pontuou.
Para o presidente da subsede do Sintep/Rosário Oeste, Joildo Jovino, a falta de transparência sobre as notificações registradas nas unidades escolares têm gerado uma falsa tranquilidade na população e na comunidade escolar. O dirigente acredita que, muitas pessoas, por estarem vacinadas e não ouvirem com regularidade registros de mortes, pensam que a luta contra a covid-19 está vencida e não precisam mais manter protocolos de biossegurança (máscara, álcool gel e distanciamento social).
“Esse retorno das atividades presenciais sem as condições necessárias, inclusive estrutura física das unidades, ameaça a geração de novas cepas”, disse.
O dirigente ressalta que além de conhecer a realidade das escolas, os educadores que acompanham os relatos internacionais, e sabem que não pode haver prevaricação nos protocolos de segurança, entre eles o de evitar aglomerações, o que, segundo ele, é inviável nas escolas de Mato Grosso.
O estado registra 54,61% da população imunizada (dados do consórcio de veículos de Imprensa). Contudo, ainda está longe de atingir um percentual de segurança coletiva mínimo, conforme estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS havia apontado para uma margem de segurança com 70% da população imunizada, ou seja, com anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2.
O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, salienta que a vacina sozinha não confere 100% de segurança contra o vírus. “Tivemos uma melhora no quadro de transmissão da doença, contudo, não podemos vacilar com os procedimentos de proteção individual – distanciamento social, evitar aglomeração e continuar o uso de máscaras”, destacou.
Valdeir lembra que tem sido cada vez mais comum o desuso das máscaras. “Mesmo em local aberto, como no pátio das escolas, quando conversamos de perto com as pessoas o risco de contaminação está presente, por isso o uso de máscara ainda se faz necessário”, destacou.
O dirigente concluiu ressaltando que, na maior parte das escolas do estado, as salas de aulas são inadequadas para o distanciamento seguro entre os estudantes, a falta de estrutura dos banheiros e a ausência torneiras ou água disponíveis para higienização, são outros agravantes registrados.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) que não retornou até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para posicionamento.