A produção de milho em Mato Grosso deve crescer 70,4% nos próximos dez anos, conforme projeção do . Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Quando comparado com a soja, a “menina dos olhos” do agro, e com o algodão, o milho é a cadeia agropecuária com maior potencial de aumento até a safra 2033/34. De acordo com o Imea, a produção do grão pode chegar às 80,38 milhões de toneladas.

Para essa projeção se concretizar, é necessário aumento de áreas e da produtividade. Ambos indicadores apresentam futuro positivo, com crescimento de área em 60,2% e de 6,37% no rendimento do grão.

O cultivo do milho é visado e vem sendo priorizado no estado a partir do crescimento do consumo interno, que é feito, principalmente, pelas usinas de etanol. Atualmente, Mato Grosso é líder em produção de etanol de milho no país. Somente em 2023, as 11 indústrias mato-grossenses produziram 4,43 bilhões de litros, conforme levantamento da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

Um outro atrativo do milho aos produtores é a possibilidade de plantar o grão após a safra da soja, principalmente no início do ano, no que é chamado de “dobradinha soja-milho”. Além disso, o milho é o produto que tem mais projeção para exportação na próxima década, totalizando 63,18%, mais que o dobro que soja e algodão.

Outras culturas

Durante a apresentação da Projeção Outlook 2034 do Imea, em parceria com outros setores do sistema Famato, a produção de soja e algodão para as próximas dez safras também é otimista. No caso da soja, a possibilidade de recuo no crescimento anual da produção, de 3,99% para 2,91%, pode causar espanto, mas é uma tendência devido ao aumento da área cultivada.

Geovanna Torquato

outlook imea

“Nós temos uma área muito maior hoje do que nós tínhamos no passado. Para manter o mesmo crescimento anual médio, eu tenho que ter um crescimento muito maior em área cultivada, em valores nominais, do que eu tinha há 10 anos atrás, Então, esse componente não vai continuar crescendo infinitamente em uma velocidade maior”, explicou o coordenador do projeto, Cleiton Gauer.

Entre as culturas de abate e produção – bovinos, suínos e aves –, a suinocultura se destaca por ter o maior potencial de aumento. Até 2034, a produção de carne suína deve chegar 378,30 mil toneladas, representando aumento de 40,6% em relação as últimas dez safras.

A projeção leva em conta o cenário macroeconômico e outras tendências que afetem o mercado, como o aumento da população e mapeamento de novos destinos para a exportação. O levantamento do Imea é feito em parceria com a Faculdade de Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e revisitado a cada dois anos.

(Rdnews)