A Procuradoria do STJD denunciou o Atlético-MG por causa das cenas de violência ocorridas na final da Copa do Brasil, vencida pelo Flamengo no último domingo. O Galo foi denunciado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e pode perder o mando de campo de até dez partidas.

Até o julgamento desta denúncia, que não tem data marcada, a Procuradoria quer que a Arena MRV seja interditada. E que o Atlético-MG faça seus jogos como mandante, em outro estádio, sem público. O árbitro Raphael Claus relatou os incidentes na súmula da partida.

A denúncia será analisada pelo presidente do STJD, Luis Octavio Veríssimo. A partida, vencida pelo Flamengo por 1 a 0, foi marcada pelo arremesso de bombas e outros objetos ao campo, além de tentativas de invasão de campo.

Na denúncia de 17 páginas, ilustrada com imagens das cenas de selvageria, os procuradores Paulo Dantas, Mariana Andrade Rabelo, Eduardo Araújo e João Marcos Siqueira citam o arremesso de quatro bombas ao campo durante a partida – incluindo uma que atingiu o fotógrafo Nuremberg Maria José, que foi ferido no pé e precisou passar por circurgia.

Os procuradores também citam como um “fato que corrobora a incapacidade da organização em garantir a segurança da partida” o fato de torcedores terem apontado laser nos olhos do goleiro do Flamengo, Rossi, ao longo do jogo.

A denúncia também detalha a tentativa de invasão por parte de uma pessoa logo após o gol do Flamengo e, mais tarde, ao fim do jogo, a tentativa de invasão por um grupo maior de torcedores do Atlético-MG.
Fotógrafo Nuremberg José Maria é atingido por bomba atirada pela torcida durante Atlético-MG x Flamengo — Foto: Lafaete Vaz

Fotógrafo Nuremberg José Maria é atingido por bomba atirada pela torcida durante Atlético-MG x Flamengo — Foto: Lafaete Vaz

Para argumentar pela interdição da Arena MRV, os procuradores do STJD escreveram:

– As gravíssimas falhas do clube mandante ao não prevenir e conter imediatamente os atos de violência e de enorme desordem […] corroboram a existência de risco concreto, que somente será afastado quando houver a comprovação da tomada de medidas logísticas, estruturais, administrativas e disciplinárias necessárias para fins de manutenção da segurança do estádio. (GE)