Alexandre Campello, presidente do Vasco, revelou, nesta quarta-feira, que jogadores do clube de São Januário tiveram resultado positivo em exames feitos para identificar a contaminação por Covid-19. Em entrevista ao Esporte Interativo, o dirigente deu a informação ao explicar as ações do clube em preparação à retomada de treinos.

O número de atletas contaminados, porém, não foi revelado por Campello. Na sexta-feira da semana passada, o Vasco começou a realização de exames. Jogadores e seus familiares e funcionários foram testados em uma ação que foi concluída na segunda-feira. A totalidade dos resultados, conforme o presidente, ainda não foi enviada ao clube.

– Nós temos alguns resultados prontos. Outros, ainda não. Isso foi feito de maneira sequencial, então, uns saem antes dos outros. Sim, tem um número de atletas que foram, sim, contaminados. Como ocorreu em outros clubes. Isso demonstra que estar em casa não impede a contaminação – disse Campello.

Foram realizados dois tipos de exames: o de sorologia (exame de sangue) e o PCR (amostra de secreção no nariz). Um complementa o outro. Quem testa positivo está sendo orientado a permanecer em casa. Como os resultados demoraram a sair, Campello afirmou que o Vasco deve retomar os treinos na quinta-feira – o elenco, desde 4 de maio, após as férias, trabalha em casa orientados e monitorados por profissionais do clube.

– O Vasco tem como postura testar todos os atletas. Com o protocolo, o nosso entendimento é de que damos mais segurança ao jogador do que ele tem em casa. Os jogadores fazem exercícios em casa, com auxilio de personal. Quem controla essas pessoas? Nós vamos testar os atletas, os familiares dele e alguns funcionários deles. E o que verificamos de cara nos exames? Não só no Vasco, mas isso é em todos os clubes. Identificamos que um funcionário de um dos nossos atletas estava contaminado. E a família do jogador não. Então, o que ia acontecer? Esse funcionário ia contaminar toda a família do nosso atleta. Com o controle, afastamos esse risco. Oferecemos ao atleta uma condição melhor do que ele tem em casa. O poder público não tem condições de oferecer isso. A gente espera voltar hoje, mas ainda não temos o resultado de todos os testes. Então, transferimos para amanhã – completou o dirigente.

No último domingo, uma reunião entre a prefeitura do Rio, a Ferj e os clubes confirmou a liberação para a retomada de treinos de forma imediata – atividades como rachão e coletivo só podem a partir de junho.

– Só vamos voltar com autorização. O que a gente queria era dialogar com o poder público, demonstrar o que temos de condição para oferecer. Caso contrário, o futebol só voltaria por último, afinal, não é essencial. A gente queria fazer as pessoas pensarem e analisar com o poder público – acrescentou Campello.

Possibilidade de pagamento de salários

Questionado sobre o atraso salarial, o presidente afirmou que existe a possibilidade de fazer um novo pagamento ainda nesta semana:

– Só gosto de cravar a data quando tenho certeza. É possível que até o final da semana a gente pague quem não recebeu em janeiro. Ou mais tardar no começo da semana que vem.

Em 8 de maio, o Vasco pagou o mês de janeiro a jogadores que recebem até R$ 50 mil. A operação aconteceu após um acordo entre as lideranças do grupo com a diretoria. Como o dinheiro obtido não contemplaria o elenco inteiro, os principais nomes aceitaram que os atletas com salários inferiores fossem pagos primeiramente.

No mesmo dia, o Vasco pagou a folha de fevereiro a funcionários que recebem até R$ 1.800 e o pagamento de R$ 1.300 a colaboradores que ganham acima do valor anteriormente mencionado.

Os demais jogadores do elenco do Vasco ainda não receberam salários em 2020, mesma situação vivida por colaboradores que ganham mais de R$ 1.800 – estes, porém, tiveram parte do salário (R$ 1.300) de fevereiro quitado. Com funcionários que recebem até R$ 1.300, estão em aberto as folhas de março e abril. (Globo Esporte)