A repercussão do encontro de Alexandre Campello, presidente do Vasco, e Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, com Jair Bolsonaro na terça-feira ganhou a bancada do “Troca de Passes”. Convidado do programa desta quarta-feira, Campello pediu desculpas por não usar máscaras no momento da fotografia com o presidente da República, mas destacou a importância do encontro para o aprimoramento dos protocolos com a finalidade de retomada de treinamentos.

– Talvez a única coisa que seja passível de reparo é o fato de termos sido fotografados sem máscaras. Nos estávamos de máscara, tiramos no momento que fomos almoçar e em seguida fomos chamados para uma foto. De fato esquecemos da máscara, é um hábito novo que estamos incorporando na nossa cultura. Tenho certeza que essa é uma falha que acontece com todos, não só com a gente. Peço desculpas à população.

– Fora isso, ao meu modo de ver, o que existiu foi uma grande polarização politica. A gente tem conversado não apenas com o Bolsonaro, mas há muito tempo participado de várias reuniões. Aliás, não vi o senhor (dirigente do Botafogo, Carlos Augusto) Montenegro em nenhuma delas. Nós conversamos durante a semana com o prefeito (Marcelo) Crivella, com o comitê científico da prefeitura. Fizemos várias reuniões por videoconferência com cerca de 30 médicos, de clubes e outros de fora… O sentido é de criar um protocolo para, no momento em que fosse autorizada a volta do futebol – e nós estamos falando em voltar aos treinamentos, ninguém está pensando em jogar – o que queremos é estar preparados para, no momento em que as autoridades entenderem que se pode voltar aos treinamentos, isso aconteça. E a gente quer que isso aconteça o mais rápido possível. Existe uma série de aspectos que não estão sendo levados em conta.

– No meu entendimento, os atletas terão condições mais seguras do que estão tendo hoje. O Vasco vai voltar quando as autoridades autorizarem a volta aos treinamentos. Não estamos dizendo que queremos jogar (…) Aqui no condomínio moram alguns atletas, tenho observado. O preparador vem, traz equipamentos, estão treinando, mas sem acompanhamento médico, sem testagem. Esse atleta não tem risco? Tem, maior do que se estivesse dentro do clube, com fiscalização, apoio, higienização. Todos sob cuidados, com protocolo muito tem estabelecido.

Presidente do Vasco, Campello fala sobre possível volta dos treinos
Presidente do Vasco, Campello fala sobre possível volta dos treinos

De acordo com o presidente do Vasco, o movimento é um “grande serviço” para a população.

– Eu te pergunto, qual a diferença de um atleta de futebol para um profissional que trabalha no supermercado? “É atividade essencial”… Sim, beleza, mas ele também está exposto. E eu garanto, dentro desses protocolo os clubes irão prestar uma grande serviço à comunidade, ao poder público. Nesse protocolo prevê afastamento do grupo de risco, controle com exames.

No fim da entrevista, Alexandre Campello questionou o fato de Rodrigo Rodrigues e Ana Thaís Matos não estarem fazendo o uso de máscaras de proteção no estúdio do “Troca de Passes”.

– Aliás, eu não vi vocês de máscara também. Eu conheço o estúdio, é fechado. E por que não estão de máscara? Assim como jogador vai estar trabalhando. Nós temos condições, dentro do protocolo, de manter o distanciamento. Você poderia usar a máscara, não iria diminuir o seu programa por isso. É pior, você está num ambiente fechado. O atleta treina em campo aberto, vocês estão dentro de um estúdio, é fechado, amigo. Não estou aqui querendo confrontar, estou querendo fazer pensar.

Antes do fechamento do bloco, Rodrigo Rodrigues destacou os protocolos de segurança adotados pela Globo em meio à pandemia e explicou por que não são utilizadas máscaras pelos apresentadores durante a exibição do programa.

– A Globo tem protocolos para dar segurança aos funcionários. As redações estão praticamente vazias, nem vamos à redação, vamos direto ao estúdio que é desinfectado com regularidade. O programa é feito com o mínimo de pessoas. Na porta da redação, para quem entra, tem caixa com máscaras e álcool em gel para os funcionários. A maioria dos programas feitos de casa. A bancada, geralmente, com três pessoas, agora tem duas. A gente só não usa máscara no estúdio. Qualquer outro jornalista na rua está de máscara. Isso foi mudando aos poucos, no início o protocolo era não usar a máscara, só quem estivesse com sintomas. Agora todos usam. Antes a equipe inteira usava, o repórter não. De uns dez dias para cá, está usando. Agora, no estúdio, eu, até hoje, não vi uma emissora de TV no mundo com os âncoras ou comentaristas com máscaras. Então, só para deixar claro, nas redações, nas ruas, em todos os ambientes da emissora estão todos de máscaras, mantendo distanciamento, banhados de álcool em gel, com número reduzido de pessoas trabalhando. Para finalizar, o nosso beijo a todos os caixas de supermercados, de farmácia, enfermeiros, que estão na linha de frente em serviços realmente essenciais, arriscando a vida para que a gente, que tem que ficar em casa, ter o mínimo de conforto e segurança. (Globo Esporte)