Após a apresentação dos atacantes Caio Paulista e Felippe Cardoso, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, detalhou os esforços na negociação por Allan, que acabou acertando com o Atlético-MG, e o imbróglio envolvendo o jogador e o Liverpool. O mandatário fez duras críticas ao volante, que inicialmente mostrou desejo em permanecer no clube.
– Nós, aqui, criamos um método de trabalhar com transparência e não aceitamos o contrário. Primeira coisa que fiz quando cheguei foi acabar com disse-me-disse e falta de palavra. A instituição se fortalece pelo caráter – afirmou, acrescentando:
– O atleta nos deu palavra de que ficaria aqui. Faltou lealdade às nossas conversas – declarou Mário, que garantiu ter começado a conversar com Allan antes do fim do Brasileirão e revelou que o clube chegou a aceitar a contraproposta salarial feita pelo jogador durante as férias.
Segundo o presidente, o que o incomodou não foi a troca de equipe do volante, que faz parte do mundo do futebol. Mário Bittencourt criticou as frases de Allan, que, segundo o dirigente, externaram sentimentos inexistentes.
– Dessa situação toda, ficam algumas lições. Juras de amor devem ficar da porta para dentro, no fundo no fundo é um mercado, é negócio. Grande equívoco de alguns é querer criar relação de paixão que não existe. Não há nenhum problema em querer trocar de clube, mudar de ares, mas o atleta precisa ser transparente.
Apesar do episódio, Mário garantiu que não guarda rancor de Allan e, inclusive, fez um pedido a alguns torcedores tricolores, que ofenderam o atleta nas redes sociais, após sua decisão de jogar pelo Galo em 2020.
– Nenhuma mágoa do Allan. Vamos buscar nossos direitos, se é que a gente vai ter reconhecimento de que houve conduta antiética do clube inglês. Mas também apelo aos nossos torcedores, vi que alguns torcedores foram ofensivos nas redes sociais. Menor necessidade disso acontecer. Vamos canalizar energia em jogadores que queriam jogar no Fluminense.
Allan em apresentação ao Atlético-MG — Foto: Guilherme Frossard/GloboEsporte.com
As principais críticas, no entanto, foram ao Liverpool, que na concepção do mandatário, foi antiético na transição – ao negociar com dois clubes ao mesmo tempo. O episódio, inclusive, será levado à Fifa:
– Antecipo que hoje, no final do dia, vamos notificar o Liverpool, o atleta e o Atlético-MG com cópia para a Fifa. Minimamente foi uma conduta antiética. Negociação paralela com duas instituições, jogando o preço para cima.
“No português claro, (o Liverpool) fez um leilão”, resumiu Mário.(Globo Esporte)