Representante e porta-voz da Comissão Nacional de Clubes, Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, participou por telefone da Faixa Especial SporTV neste domingo. O dirigente detalhou a proposta apresentada para a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) para resolver as pendências decorrentes da paralisação no futebol brasileiro. E disse que espera uma resposta para a proposição entre segunda e terça-feira.

– Obviamente estamos tentando fazer um movimento nacional de acordo coletivo para salvar o futebol brasileiro – declarou Mário Bittencourt.

– Tem uma comissão de clubes das séries A, B, C e D, que já existia anteriormente até. Eu faço parte junto com Grêmio, Palmeiras, Bahia e Atlético-MG. Na sexta, fizemos uma grande videoconferência, uma reunião com mais de 20 clubes presentes, e tentamos desenvolver uma proposta de acordo, deixando claro que não é algo unilateral, é algo para ser levado aos atletas, aos profissionais, é algo para minimizar o prejuízo que nós temos como clubes, que os atletas têm, os jornalistas têm. A ideia é tentar manter o maior número de empregos possível. A gente fez a proposta, entregamos para a Fenapaf e esperamos até amanhã ou terça uma resposta. Importante esclarecer: tem se ouvido muito que os clubes estão impondo, mas não é isso, vamos ter dificuldade de acabar o ano, cumprir o calendário – explicou.

– Nesse momento não tem lado, não tem certo ou errado, é todo mundo vítima.

Ainda sobre a proposta para os atletas e profissionais do futebol, Mário Bittencourt admitiu que os dirigentes não sabem o que fazer nem o que esperar para os próximos meses caso a paralisação persista.

– A primeira ideia de colocar em férias coletivas, antecipar as férias de dezembro, é para poder esticar o calendário até o final do ano, até 23 de dezembro. Tem que se esperar o tempo necessário. A grande verdade é que não sabemos o que acontecerá, a ideia das férias é ganhar 30 dias.

Sobre a proposta, publicada pelo GloboEsporte.com na última sexta-feira logo após o encontro de clubes, Mário Bittencourt novamente explicou os principais pontos discutidos.

– Propomos férias. Pagamos 50% das férias agora, depois pagamos a outra metade no final do ano. Antecipando as férias, não traria prejuízo, parcelaria só. O restante da proposta, permanecendo os 30 dias sem poder voltar a treinar, retomaríamos individualmente os treinos, algo preparado pelas comissões, e faríamos uma remuneração de 50% de salário e direito de imagem permanecendo em casa, individualmente. Permanecendo ainda mais tempo, e esperamos que não, tendo a possibilidade de retorno de jogos, voltamos com salário integral, volta a receita e melhora tudo. Com 60 dias sem possibilidade de jogar, aí seria suspender contrato, mas sem prejuízo, íamos estender esse contrato para frente e ele receberia isso – detalhou Mário.

Sobre o próprio Fluminense, o presidente afirmou que o clube já perdeu patrocínios, mas que a perda de receitas não será exclusividade da equipe tricolor.

– O Fluminense já está sofrendo as consequências, como outros clubes. Tivemos patrocinadores cancelando contratos, estamos sem as receitas, obviamente, de bilheteria, venda de camisas, atrasamos o lançamento da nova camisa que seria hoje até, contra o Volta Redonda, estamos reduzindo muitas receitas, não tem como vender atletas. O Corinthians já teve patrocínio cancelado, Flamengo, Vasco, o próprio Maracanã, vi uma matéria hoje mais cedo que o Barcelona está sofrendo. Imagina, se eles sofrem, imagina os brasileiros, não só da primeira divisão, mas da segunda, terceira, os estaduais – afirmou o presidente do Fluminense. (Globo Esporte)