O Banco Central deverá oferecer novas formas de transações financeiras por PIX aos brasileiros a partir de 2022. No próximo ano já será possível fazer transferências por meio de contas instantâneas por aproximação de celular o que possibilitará, por exemplo, creditar valores às concessionárias de pedágios automaticamente para muitos que estiverem com os aparelhos celulares ligados. A informação foi dada, nesta segunda-feira (dia 4), pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a empresários presentes em palestra híbrida que ele ministrou na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no Centro Histórico da capital.
Durante o evento promovido pelo Conselho Político e Social (COPS) da entidade, Campos Neto mostrou que ainda por PIX haverá como programar débitos automáticos de contas, viabilizar pagamentos offline, pagar o comerciante por meio de códigos de barras (QR Code) escaneados pelo aparelho celular do cliente e fazer transações internacionais.
“A tecnologia para meios de pagamento vai se propagar com o PIX”, disse Campos Neto, que ainda não deu detalhes sobre cada facilidade que foi apresentada no evento. Uma prova da popularidade desse sistema de movimentação bancária é que atualmente, de acordo com informações do BC, já existem mais de 317 milhões de chaves e mais de 103 milhões de usuários frequentes deste modelo de transação financeira.
Só que o acesso popular aos pagamentos instantâneos, no entanto, ainda gera polêmica entre algumas pessoas que creditam este fato ao aumento dos sequestros relâmpagos no Brasil. Neste crime, os bandidos mantêm a vítima refém até que esta faça transferências para contas indicadas pelos criminosos.
Embora a incidência deste tipo de delito esteja em crescimento nos últimos meses em todo o País, o presidente Roberto Campos não acredita que o aumento esteja ligado às facilidades do PIX.
“Você já tinha uma certa incidência, desta modalidade de crime até o momento que a economia parava por conta da pandemia”, afirmou. “Depois, não tinha bar, não tinha restaurantes e não tinha cinema abertos; as pessoas estavam em casa e é por isso que os crimes diminuíram na época”, emendou. “Agora, as pessoas votaram às ruas, porque a economia está mais aquecida e é evidente que os criminosos também estão agindo mais por isso”, analisou.
Mesmo assim para diminuir riscos, a partir desta segunda-feira (dia 4) já existe o limite estabelecido de R﹩ 1 mil para transferências e pagamentos realizados por pessoas físicas das 20h às 6h, incluindo o PIX. Esse procedimento padrão, no entanto, pode ser alterado por qualquer pessoa que não queira esta segurança.
Isso também já é uma abertura para ideias futuras do BC que é deixar que as pessoas personalizem o que querem fazer para limitar suas transferências. “Todos precisam ser livres para decidir o que é melhor para si, de acordo com cada necessidade”, disse. “Temos também de atacar as contas de laranjas que existem em bancos e evitar a abertura de outras novas”, enfatizou Campos Neto.