O presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, explicou como irá funcionar a redução de 25% dos salários de funcionários do clube por causa da pandemia do novo coronavírus. O dirigente do Galo explanou, na manhã desta segunda, que a medida foi tomada pela sobrevivência financeira do clube e afirmou que realizará demissões no clube.

– Já estávamos fazendo contas e mais contas, reuniões até chegarmos nessa fórmula. Estamos vivendo uma situação realmente muito dramática, eu acho que aqui no Brasil a ficha não caiu para muita gente. (…) Minha obrigação como mandatário do Atlético e gestor responsável que sou é tomar todas as medidas necessárias para a sobrevivência do clube, tendo em mente não prejudicar a grande maioria dos trabalhadores, colaboradores do clube. Essa nossa medida preservou o piso de R$ 5 mil reais e, dentro dessa decisão, alcançamos então 77% dos nossos funcionários sem nenhum tipo de redução. Depois, temos um escalonamento que atinge 4% mais uma faixa, depois mais 4% atinge outra faixa. Mas, enfim, reduzindo o máximo do percentual em 25% que atinge, na verdade, os maiores salários e não todos os salários – explicou Sérgio Sette Câmara em entrevista à Rádio 98FM, que ainda completou.

– Vou te dar um exemplo, a pessoa ganha R$ 6 mil, então o R$ 5 mil não mexe. O R$ 1 mil que ele ganha a mais vai sofrer uma redução de 25%. Se nós não fizéssemos isso, nós iríamos ter sérios problemas dentro de um mês, dois. O que o Galo vai fazer em relação a todos os funcionários? Mês de março, CLT, estamos em dia com o pagamento de salário, mês de março, CLT, vamos pagar normalmente. A imagem, que vence dia 20, nós vamos pagar também integralmente, e as férias, que foram dadas aos jogadores de 20 dias, também serão pagas integralmente. Essas não têm desconto, a partir do dia 21 que essa regra começa a valer – comentou o presidente do Atlético.

Questionado sobre a reação dos atletas sobre a redução de 25% dos salários, o presidente foi enfático em dizer que, quem não estiver satisfeito, pode comunicar e será desligado. O dirigente justificou que as ações foram tomadas pensando na instituição Atlético.

– Primeiro lugar eu penso em defender o clube, eu não fico muito preocupado se o atleta chiou ou não chiou, se o funcionário chiou ou não chiou, se alguém tiver insatisfeito pode comunicar que a gente faz o desligamento não tem problema nenhum. O que eu tenho que defender em primeiro plano é o Clube Atlético Mineiro – afirmou Sérgio Sette Câmara.

Outro ponto explicado por Sérgio Sette Câmara é que somente os jogadores e comissão técnica estão de férias. Para o restante dos funcionários de todo o clube, foi dada uma licença remunerada.

Demissões

Outro ponto abordado pelo presidente do Atlético é sobre as demissões. O presidente afirmou que não tem como passar ileso por essa crise causada pela pandemia do coronavírus. Sérgio Sette Câmara disse que os ajustes serão feitos em todas as áreas do clube.

– Infelizmente, nós vamos ter que fazer alguns ajustes também na nossa folha com algumas pequenas demissões. Não tem jeito, a gente tem que ajustar, e essa medida foi muito estudada, pensada, discutida com pessoas de alto nível. (…) Cada área do clube vai ter que ter reajuste, estou falando dos clubes de lazer, alguma coisa no CT, alguma coisa até no elenco se for o caso, alguma coisa na sede, nós temos que buscar ao máximo possível enxugar a folha sem comprometer o clube pelo seguinte, a medida que você demite aquele ou outro trabalhar tem o pagamento de encargos, de toda a rescisão contratual, não vamos dispensar funcionário e deixar de pagar a rescisão.

Confira outras respostas do presidente

Parceria com a MRV
– Eu já tive várias conversas, eles vão continuar nos apoiando, nos ajudando, mas as condições foram essas que a gente tomasse as medidas necessárias para este momento de tantas dificuldades e calamidade. Então, isso foi conversado. Eles continuam conosco, eles participaram das conversas, deram suas opiniões (…) o torcedor pode ficar tranquilo em relação a isso aí.

Cenário
– Estamos considerando um cenário de três a quatro meses. Dessa forma, aí vamos conseguir passar por esse turbilhão. Depois, o retorno, assim que as atividades voltarem, os salários dos atletas vão voltar ao mesmo patamar, e as imagens também continuam sendo pagas normalmente. É um sacrifício temporário de ter uma redução de 25% dos seus rendimentos. Esse sacrifício vai durar apenas o período de dois a três meses e depois volta à normalidade. A partir de quando o clube passa a ter receita novamente, aí a gente tem condição de honrar com todos os compromissos. (Globo Esporte)