O anúncio da criação da Superliga por 12 gigantes do futebol inglês, espanhol e italiano pegou de surpresa o presidente de Uefa, o esloveno Aleksander Ceferin. Sentindo-se traído, o dirigente promete duras sanções aos clubes que disputarem a nova liga e quer impedir seus jogadores até de atuarem na Copa do Mundo e na Eurocopa por suas seleções. Dá para imaginar uma Copa do Mundo sem Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Kevin De Bruyne, Gabriel Jesus, Alisson, Mohamed Salah, Sadio Mané e Luis Suárez, entre tantos outros astros?
O presidente da Juventus, Andrea Agnelli, que é padrinho de sua filha, é um dos responsáveis pelo “golpe” na Uefa. E Ceferin mostrou todo seu descontentamento com o compadre após questioná-lo sobre os boatos de criação da Superliga no último sábado e ouvir que “eram falsos”. “Andrea Agnelli é a maior decepção de todas, nunca vi uma pessoa que mentisse tantas vezes, com tanta persistência. É inacreditável. Não sabíamos que tínhamos cobras tão perto de nós, agora nós conhecemos”, detonou Ceferin, indignado com Agnelli, que ainda é um dos chefes da Associação de Clubes Europeus.
“As coisas mudam. A Juventus estava na Série B, o Manchester United antes de Sir Alex Ferguson, não sei onde estava. O Aston Villa era um grande clube”, seguiu Ceferin em seu desabafo. “Cuspiram na cara do futebol. Mas a Liga dos Campeões continuará a ser disputada, com ou sem eles”, prometeu. Vale lembrar que Chelsea, Manchester City e Real Madrid estão nas semifinais da atual edição.
O presidente da Uefa ainda se amparou na revolta e nos protestos dos torcedores contra a Superliga. “Não consigo entender como os clubes podem ver seus torcedores protestando e mesmo assim não ligar. Eles já são ultra ricos, não são pobres, mas sempre querem mais”, acusou.
Muitos, realmente, não apoiam a nova liga. Torcedores do Liverpool, por exemplo, colocaram faixas contra a Superliga e o envolvimento do clube na porta do estádio Anfield Road, em Liverpool. “90% do dinheiro da Uefa regressa ao futebol, e não fica só para a elite. A Uefa não se move apenas por dinheiro, desenvolve o futebol. A Superliga não é assim, é só negócio. Só interessa encher os bolsos, e não a solidariedade. Os valores do futebol são outros, não vamos permitir isto”, garantiu Ceferin. (Terra)