O livro “Gente que fez, gente que faz Cuiabá: inventário de famílias pioneiras cuiabanas (primeira versão)”, resultado de pesquisa realizada pela autora e organizadora Neila Maria Souza Barreto, publicado pela Entrelinhas Editora com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Cuiabá, está sendo lançado pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), nestes 302 anos de Cuiabá.
Emanuel Pinheiro disse que a publicação é um trabalho amplo e disciplinado de pesquisa em várias fontes e arquivos do Estado de Mato Grosso e, particularmente, de Cuiabá. O trabalho foi iniciado em agosto de 2017, com os primeiros resultados sendo apresentados em abril de 2019, durante as comemorações dos 300 anos de Cuiabá e a inauguração do Parque da Familia, projeto idealizado pela primeira-dama Márcia Pinheiro.
“Como uma homenagem as familias cuiabanas e preocupado com as dificuldades em localizar documentação e bibliografia, por tratar-se de uma temática ainda pouco explorada pelos estudiosos, a autora não mediu esforços em levantar uma quantidade significativa de fontes que certamente apontam e abrem possibilidades para novas pesquisas”, ressaltou Emanuel Pinheiro.
Um dos destaques da publicação é a praticidade na identificação das famílias cuiabanas por meio de um índice que permite localizar os troncos familiares ao longo dos séculos XVIII ao XXI.
A edição especial em 352 páginas apresenta mais de 900 troncos familiares, sendo 49 entre bandeirantes e pioneiros nas Minas do Cuyabá e na fundação do arraial de Cuiabá; 93 troncos no Período Colonial (de 1700 a 1822); 191 troncos no Período Imperial (1822-1889) e 663 troncos familiares no Período Republicano (de 1889 aos dias atuais). Mas a relação de famílias e de cuiabanos registrados no livro é incontável. São milhares.
Na capa uma foto de Hid Alfredo Scaff, sua esposa Lucina, cuiabana até no sobrenome e outras pessoas da família. Pais do poeta e escritor Ivens Cuiabano Scaff, legítimo representante da chamada cuiabania. Hid foi uma importante personalidade dos tempos do comércio por via fluvial através dos rios Paraguai e Cuiabá e empresta o seu nome para o Museu do Rio, no Porto de Cuiabá.
A autora Neila Barreto contou que foram centenas as fontes bibliográficas e as contribuições das famílias cuiabanas no levantamento das informações. “Mesmo com sua publicação em 2019, nos 300 anos de Cuiabá, trata-se de uma primeira versão que espero ampliar e aprimorar nos próximos anos. No livro, as informações estão apresentadas por tronco familiar base, com o nome do pioneiro que chegou a Cuiabá, a anotação preferencial do ano de chegada da família tronco na cidade e a fonte da informação”, acrescenta a autora.
Os prefaciadores da obra são os professores da Universidade Federal de Mato Grosso Fernando Tadeu de Miranda Borges, que se apresenta como cuiabano nativo e Maria Adenir Peraro, cuiabana de coração. Nada poderia ser mais Cuiabá.
“A ideia da produção de um livro sobre famílias cuiabanas no tricentenário da cidade, organizado pela historiadora Neila Barreto, nasceu de um grupo de cuiabanas natas e adotivas, preocupadas com a preservação da memória e da história, valorizadoras do sentido de pertencimento, e com o desejo de presentear a cidade, localizada no centro da América do Sul, e que resistiu a todos os tipos de dificuldades e desafios, e se reinventou sempre que foi necessário criar alternativas de sobrevivência. Neste aspecto a seguinte indagação: como Cuiabá conseguiu superar tantas adversidades, vencer os mais diversos obstáculos e resistir ao tempo? Essa questão exige de todos nós muita reflexão e sabedoria, pois a reinvenção de Cuiabá no tempo contou com a força e o apoio de vários tipos de famílias”, diz a introdução.
Sobre a autora
Neila Maria Souza Barreto é mestre em História pela UFMT (2005). Graduada em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT (1978) e bacharel em Jornalismo pelo Instituto Várzea-grandense de Educação, IVE (1995). Especializou-se em Ciências Políticas pela Faculdades Unidas de Várzea Grande, Univag (1998), Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade de Educação de Fátima do Sul, MS (1992) e Didática do Ensino Superior pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presidente Venceslau, SP (1992).
Foi professora do Estado de Mato Grosso e do Instituto Várzea-grandense de Educação. Tem experiência nas áreas do magistério e pesquisas, com ênfase em História, Memória, Genealogia e Biografias, atuando principalmente nos seguintes temas: água, história das instituições, de vidas, de cidades. Foi jornalista da Sanemat e Sanecap – Cia. de Água de Mato Grosso e de Cuiabá. É escritora e documentarista. Professora pesquisadora do curso de Administração, à Distância, da UFMT. Orientadora do curso de pós-graduação em Administração Pública da UFMT, polo de Sorriso. Professora do curso de Turismo e Habilidades do Projovem, pela Fundetec-MT. Autora da pesquisa sobre os 40 anos do Senai-MT. Atualmente é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, IHGMT, e membro da Academia Mato-grossense de Letras.