A vistoria feita pela Central de Regulação de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado de Saúde (SES) constatou que a Prefeitura de Cuiabá não tem disponibilizado para os pacientes os leitos clínicos e de UTI habilitados de covid-19 junto ao Ministério da Saúde.
A situação foi notificada na última segunda-feira (08.06) ao procurador-geral de Justiça, promotor José Antonio Borges, para a tomada das devidas providências, uma vez que está levando ao “estrangulamento” da capacidade dos leitos e UTIs sob gestão do Estado na grande Cuiabá, com mais de 80% de ocupação.
A irregularidade foi descoberta após a Justiça autorizar a SES a inspecionar os leitos habilitados para o atendimento do coronavírus nas unidades de saúde municipais, uma vez que a equipe da Prefeitura de Cuiabá estava impedindo a vistoria.
Conforme o relatório, o Hospital Municipal São Benedito e o Hospital Municipal e Pronto Socorro de Cuiabá possuem leitos vagos para a covid, mas não estão disponibilizando as vagas para a Central de Regulação Estadual, “descumprindo o Plano de Contingência Municipal e colocando em risco a vida da população de Mato Grosso”.
A vistoria citou que o Hospital São Benedito tem 40 leitos de UTI e 42 leitos clínicos habilitados para covid-19. Conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), há outros 30 leitos de UTI adulto cadastrados temporariamente para atender aos casos da doença.
“Porém, em constante censo realizado junto a unidade, as vagas são negadas sob a alegação da equipe médica do São Benedito de que os leitos ainda não foram liberados pela direção”, afirma o documento.
A mesma negativa, de acordo com o relatório, tem ocorrido em relação aos 15 leitos de UTI pediátrica do Hospital e Pronto Socorro.
“As vagas estão sendo negadas à regulação sob a alegação da equipe médica do Pronto Socorro de Cuiabá, por falta de infusão, falta de circuito de aspiração fechado e ausência de equipe de cirurgia pediátrica, essenciais para a condução do paciente covid-19”, relata a inspeção.
O documento é assinado pela secretária adjunta do Complexo Regulador, Fabiana Bardi, e pelo secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
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