Na manhã desta quarta-feira (4), 23 carroceiros concluíram seu esquema vacinal contra a covid-19 no Centro de Convivência de Idosos “Maria Ignês de França Auad”, localizado no bairro CPA 3, ao lado do eco ponto onde os carroceiros trabalham. Eles fazem parte do grupo de pessoas em vulnerabilidade social, criado pelo prefeito Emanuel Pinheiro e pela primeira-dama Márcia Pinheiro, por entenderem que se tratam de trabalhadores que, pela função que exercem, já estão muito expostos ao coronavírus, além de serem pessoas que muitas vezes não dispõem de acesso à internet para fazer o cadastro para a vacinação. O grupo é composto, além dos carroceiros, por catadores de recicláveis, motoristas do transporte coletivo e garis (tanto da coleta quanto da varrição de rua).

O primeiro carroceiro totalmente imunizado foi Jair de Arcanjo, 45, que há mais de 20 anos trabalha no ramo. Ele não conseguia conter a alegria após receber a dose do imunizante. “Opa! Faz dias que estava na expectativa da segunda dose!” disse sorridente. “Nos protegemos com medo dessa doença e, graças a deus, ninguém lá em casa pegou essa doença. Minha mãe e minha mulher já vacinaram também. Minha mulher vai tomar dia 12 a segunda dose. É uma sensação boa ver a população sendo imunizada, dá mais esperança”, afirmou.

Marcelo dos Santos Bondespacho, 39 anos, que desde os 8 anos de idade trabalha com a carroça e o cavalo, se declarou feliz. “Minha esposa já tomou a primeira dose. Ave Maria! Eu quero que sai a vacina para os guris também porque meu filho voltou para a escola hoje. Muito bom essa vacina ter vindo aqui porque muita gente não tem chance de ir atrás e, vindo aqui, nos ajudou pra caramba!”.

Há 40 anos na lida como carroceiro, Roberto Soares de Amorim, 61, foi vacinado no “horse-thru”, ou seja, a bordo da carroça e afirmou estar “aliviado e feliz”. “Foi um benefício muito bom, eu agradeço muito ao prefeito”, disse. Destacando a importância da prevenção, o idoso não contraiu a covid-19 e elencou os cuidados que todos precisam seguir mantendo. “Tem que cuidar, usar máscara, não ficar em tumulto de gente, lavar a mão toda hora, passar o alcoolzinho na mão, se puder tomar banho melhor ainda! Lavar e desinfetar a roupa, o quintal tem que estar limpinho, a casa limpinha… tudo isso ‘nós precisa’. Nós somos coletores da reciclagem, a gente contribui com as pessoas também e por isso, a gente precisa da ajuda das pessoas para trabalhar”, comentou.

Quem também não conseguiu conter a alegria e emoção durante a vacinação dos carroceiros, foi a técnica de enfermagem Claudete Alves, que exerce a profissão há 19 anos e, nesta pandemia, já viveu polos extremos, como a perda de um irmão para a covid-19, há 5 meses, e a participação ativa no combate a doença. Ela atua na campanha “Vacina Cuiabá – sua vida em primeiro lugar”, no polo do SENAI Porto, mas também já teve a oportunidade de vacinar reeducandos dentro de presídio, trabalhadores da Assistência social na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social e, agora, no CCI, com a aplicação da vacina nos carroceiros.

“É uma experiência boa, gostosa, gosto muito do que eu faço. A gente trabalha com alegria, passa essa alegria e confiança para o paciente porque muitas pessoas ainda têm receio de tomar, tem quem está escolhendo a vacina. Mas a gente fala e repete: vacina boa é vacina no braço. Todas as vacinas são boas. A gente da área da saúde, que estamos na linha de frente, tomamos a Coronavac. Então a eficácia dela também é muito boa. Todas são boas. Então, que as pessoas compareçam e não deixem de tomar a vacina. Que pensem na família que deixa em casa e nos colegas de trabalho também”, disse emocionada.