O preço médio dos combustíveis subiu pelo 9° mês consecutivo nos postos de Mato Grosso. O litro da gasolina atingiu a marca de R$ 4,782 neste mês, apesar de ser vendida a mais de R$ 5 o litro em alguns postos.
O levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra uma oscilação dos preços de acordo com as medidas restritivas de prevenção ao novo coronavírus.
O preço caiu no período em que houve fechamento do comércio, toque de recolher, rodízio de funcionamento de estabelecimentos comerciais, suspensão das atividades presenciais nos órgãos públicos. Maio foi o mês com a maior queda nos preços.
A gasolina, por exemplo, foi vendida a um preço médio de R$ 3,762, e o etanol que agora é comercializado a R$ 3,233, a R$ 2,364, em maio.
Em junho, os preços voltaram a subir e a cada mês têm sido reajustados.
O ano de 2020 iniciou com o preço médio da gasolina em Mato Grosso custando R$ 4,762. No dia 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de Covid-19. Naquele momento, os governos começaram a adotar medidas de prevenção e no Brasil já haviam sido registrados 52 casos da doença e mais de 900 pessoas com suspeita de infecção.
Em Mato Grosso, os reflexos da pandemia só aconteceram a partir do dia 19 de março quando houve a confirmação do primeiro infectado no estado.
Com as restrições de circulação, orientação para que a população ficasse em casa e outras medidas a fim de evitar a proliferação do vírus, diminuíram as vendas de combustíveis e os preços caíram.
De acordo com representes das usinas e dos postos, essa diminuição foi de 60% e o preço da gasolina ficou R$ 0,40 mais barato.
A partir de junho, o preço do combustível só aumentou, segundo a ANP. Em julho, a Petrobras anunciou a sétima alta seguida dos preços da gasolina no ano e até janeiro de 2021 o reajuste tem sido constante.
Para se ter uma ideia, em junho, a gasolina comum estava custando em média R$ 3,901 e, no começo de 2021, foi vendida R$ 4,583.
Com o etanol, a situação foi a mesma. Houve reajuste de cerca de R$ 1 por litro. Em janeiro deste ano, o preço médio era de R$ 3,216.
“Quando aumenta a gasolina se abre espaço para aumentar o etanol. Historicamente toda vez que sobe a gasolina o etanol vem atrás ou quando cai a gasolina o etanol também reduz“, disse o diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Nelson Soares Junior.
O preço do diesel também teve aumento, mas em comparação com a gasolina e o etanol foi menor. De maio até janeiro de 2021 subiu 18%, chegando a custar no começo do ano, R$ 3,855.
Ele explica que, em Mato Grosso, existem dois mercados distintos para a gasolina, o etanol e o diesel.
“A gente está agora no escoamento da safra de soja, então vai ter aumento na procura pelo diesel por mais que suba o preço. Esse aumento ser transferido para o custo do frete do transporte e isso provoca aumento de consumo”, afirmou.
O aumento nos preços faz com que as pessoas adotem outros meios de locomoção e saiam menos de carro. Com isso, reduzem as vendas.
“Se você aumenta o preço do produto, o consumidor só tem uma coisa, consumir menos porque o dinheiro dele não dá para continuar consumindo. Então toda vez que aumenta o preço, o consumo cai. Os dados sobre a diminuição ainda não tem porque está muito recente”, disse Nelson Júnior.