Desde a paralisação dos jogos por conta da epidemia do Coronavírus, o cotidiano de atletas foi radicalmente alterado. O aumento do número de casos da Covid-19 no Ceará demandou do Governo do Estado medidas mais rígidas de isolamento social, por ora, até 20 de maio. Vivendo período de quarentena, Prass sentiu as novas medidas na rotina. Segundo Prass, há o entendimento de que o momento é impróprio para o retorno das atividades e que o posicionamento do Governo Federal de sinalizar para retorno não deve ser determinante.

– Decidido que os municípios e estados têm autonomia para traçar seus planos em relação à pandemia. Então, não cabe ao Governo Federal reger isso aí. São os prefeitos e governadores que vão tocar, junto aos órgãos competentes, a volta dos esportes. E eu acho que é um posicionamento (do Governo Federal) que não leva a nada. Eles mesmos sabem que não adianta nada – disse o goleiro.

– São muitos estados, muitos municípios, várias regiões, cada uma com sua particularidade, com seus problemas. Uns mais, outros menos. Então fica um posicionamento meio sem sentido, muito vazio, dizer que autoriza o retorno do futebol – afirmou.

Prass citou a recente tentativa frustrada do Rio Grande do Sul de retomar os treinos.

– E outra, os governos estaduais e municipais, todos, dando parecer contrário à, neste momento, volta dos esportes. Em relação aqui a Fortaleza, acho que é muito nítido que não tem condições, né?! No Rio Grande do Sul, que tinha 10 vezes menos mortes que o Ceará, os clubes retornaram e agora foi vedado de novo o treino, mesmo que naquele esquema de distanciamento dos atletas. Então como é que o Governo Federal vem e dá um parecer favorável à volta do futebol? É uma coisa meio estranha e completamente, na minha visão, descabida – disse.

O goleiro ainda admitiu que conseguia realizar treinamentos num campo desocupado de um hotel vizinho. No entanto, na atual fase da epidemia na região, Prass segue firmemente decreto de isolamento social. Uma das soluções que encontrou foi recorrer à ajuda de um vizinho, que é personal trainer e o acompanha durante a semana.

Impossibilitados de seguir treinos presenciais, por medida de prevenção, clubes tiveram que adotar novas estratégias para manter o condicionamento físico dos jogadores. O acompanhamento à distância via chamada de vídeo é uma das principais ações do Vovô durante a paralisação coletiva. Os treinos ocorrem às terças, quintas e sábados. Na segunda semana após retorno, Prass reconheceu importância do novo formato adotado.

– O treino online é uma maneira de minimizar os prejuízos. O clube consegue monitorar, direcionar e incentivar os jogadores. Eu acho que temos que focar na parte física para quando voltarmos, recuperarmos somente o tempo perdido com a bola – afirmou o goleiro.

A preocupação com a situação física aumenta ainda mais devido à indefinição no calendário do futebol até o retorno. Sem previsão de quanto tempo vai durar a nova pré-temporada, o goleiro ainda mencionou que o fator logístico causa maiores transtornos aos clubes nordestinos. Com a probabilidade da diminuição dos intervalos entre jogos, viagens ficarão ainda mais intensas e a janela para treinos será reduzida. (Globo Esporte)