Postos de Cuiabá estão, a cada dia, derrubando mais o preço do etanol nas bombas. A concorrência ferrenha e o “desespero” de alguns empresários para melhorar as vendas faz com que, muitos revendedores, trabalhem quase sem margem de lucro neste combustível. Segundo Claudyson Martins Alves, dono de postos e diretor do Sindipetróleo, a renda do segmento caiu e a tentativa de atrair mais consumidores fez com que a concorrência ficasse acirrada.
“O segmento está desesperado. Os caras abaixam [preços] para aumentar as vendas e ela não aumentam; é concorrência mesmo, estão se matando e trabalhando sem margem”, disse. Questionado se os preços mais baixos, especialmente no caso do etanol, são por causa da já permitida compra direta das usinas, Alves negou e disse que, nesse caso, “a diferença é pouca, apenas R$ 0,05 por litro e nem compensa; estão [postos] trabalhando sem margem mesmo”, afirma. Sobre gasolina e diesel, que também estão com preços em queda, Claudyson foi categórico: “É desespero mesmo. Em Cuiabá e VG não tem posto dando lucro”, disse.
Ele explica a lógica da concorrência. “O cara tem um posto com 200 mil litros. Ele abaixa o preço, vende um milhão de litros e vem lucro pra ele. E o que acontece? o outro
abaixa, abaixa e está todo mundo morrendo, ou seja ele volta a vender os 100 mil litros que vendia e com margem pequenininha ou sem lucro. É o que está acontecendo hoje”, disse.
NOVO ICMS
O governo de MT reduziu, há pouco mais de 2 meses, a alíquota de ICMS de 23% para 11,9% na gasolina. No etanol – que era 14% – passou para 9,3%. A medida foi tomada em decorrência da lei federal que limitou o imposto em 17% nos estados. Antes, cada estado podia cobrar de forma livre. Em MT a gasolina chegou a pagar 25% de ICMS. Já no âmbito federal, o governo zerou os impostos de sua competência.
ESCALADA
A disparada nos preços dos combustíveis se acentuou no final do auge da pandemia com aumentos sucessivos praticados pela Petrobras, seguindo as variações cambiais e os valores do petróleo no mercado internacional. É que os países produtores de petróleo, para recuperar a demanda reprimida do famigerado “fica em casa”, reduziram sua produção, o que gerou certa escassez. A lei da oferta e da procura fez os preços apontarem para cima, como nunca antes. O litro da gasolina em Cuiabá chegou a R$ 8,00 no ano passado. Hoje, já é possível encontrar abaixo de R$ 5,00.
O dirigente afirma que, além da concorrência, as quedas também derivam da redução de impostos. Por outro lado, a tendência, segundo ele, é que os preços sofram alguma elevação nos próximos dias, já que o movimento da commoditie é de alta lá fora.
Em artigo publicado nesta sexta, no Repórter MT, Claudyson aponta que, “menos impostos, mais combustível nos tanques e economia mais aquecida, já que o cidadão que possui automóvel sente menos o peso no orçamento e sobra dinheiro para a família aplicar despesas, como lazer, que foi tirada da lista de prioridades diante crise.
Fonte: Repórter MT