Dr. Wilson Garcia

O Outubro Rosa pode ter terminado, mas a conscientização e o combate ao câncer de mama continuam todos os dias. Hoje, quero compartilhar por que a mamografia é o exame ideal para o diagnóstico precoce do câncer de mama. É uma poderosa ferramenta que não só reduz a mortalidade, mas também aumenta as chances de cura, sendo fundamental na luta contra essa doença.

O diagnóstico precoce é, sem dúvida, a forma mais eficaz de combater o câncer de mama. Ele nos permite identificar lesões em estágios iniciais, muitas vezes de apenas 2 a 3 milímetros. Essas lesões, extremamente pequenas e detectadas precocemente, têm 95% de chance de cura segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Mas por que a mamografia se destaca entre os diversos exames disponíveis, como ressonância magnética e ultrassom? A resposta está em sua capacidade única de identificar lesões muito pequenas que podem não ser visíveis em outros métodos. Os nódulos de câncer de mama frequentemente se assemelham a calcificações e a tecnologia da mamografia é capaz de captar essas microcalcificações, que são um dos principais indicadores de início de doença.

Com a evolução dos aparelhos, as mamografias digitais de alta resolução têm aprimorado ainda mais a precisão do exame, ajudando a identificar lesões mínimas que muitas vezes não aparecem em outros exames de imagem.

Outro ponto que merece destaque é a acessibilidade da mamografia. Esse exame está amplamente disponível no Brasil, tanto através de planos de saúde quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo que mulheres de todas as regiões tenham acesso a ele. Para aquelas que optam por realizá-lo de forma particular, o custo tende a ser mais acessível em comparação a outros exames, como a ressonância magnética.

Vale ressaltar que a legislação brasileira assegura o direito das mulheres de realizarem exames preventivos de câncer de mama sem prejuízo salarial. De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as trabalhadoras têm direito a se ausentar até três vezes ao ano para esses exames preventivos.

Dados do INCA mostram que o diagnóstico precoce, possibilitado principalmente pela mamografia, pode reduzir a mortalidade pela doença em até 40%. Em 2024, estima-se que, a cada 100 mil mulheres brasileiras, 66 sejam diagnosticadas com câncer de mama, totalizando cerca de 74 mil novos casos ao longo do ano. Em Mato Grosso, o câncer de mama feminino é projetado como o mais incidente, abrangendo cerca de 55,4% dos casos de câncer no estado.

Por tudo isso, reafirmo: a mamografia pode salvar vidas e se mantém como uma ferramenta essencial na saúde pública. Não apenas pelo avanço técnico que permite uma análise mais detalhada dos tecidos mamários, mas também pelo impacto significativo que gera na prevenção e no tratamento do câncer de mama.

Se você é mulher e ainda não realizou sua mamografia, não deixe para depois. Cuide-se, pois a prevenção é sempre o melhor caminho.

*Wilson Garcia é médico mastologista, especialista em reconstrução mamária, cirurgião oncológico, e professor universitário. @drwilsongarcia

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