Líderes comunitários, de pelo menos 15 bairros de Cuiabá,  pediram socorro à Defensoria Pública do Estado, nesta quinta-feira (16), para assegurar a lisura do processo eleitoral em mais de 200 associações de moradores. A reunião com a defensora Rosana Monteiro, e sua equipe, levou ciência à instituição, para que fossem tomadas as providências cabíveis, que o caso requer, em defesa da democracia.

As reclamações partiram de lideranças dos bairros do Grande Terceiro, Jardim Eldorado, Jardim Renascer, Jardim 1º de Março, Residencial Pádova, CPA-III e Jardim Paulista e Planalto, entre outros.

Houve entendimento de que o formato das eleições conduzidas pela União Cuiabana de Associação de Moradores de Bairros (UCAMB) estaria contaminado de vícios administrativos, jurídicos e por interferência política de terceiros, sob a batuta da atual diretoria executiva.

O presidente da Associação do Jardim Paulista, Sérgio Silva de Jesus, que é membro do Conselho Fiscal da Ucamb, cobrou transparência no processo. Ele observou que a Instituição cobrou R$ 250,00 por chapa inscrita e R$ 50,00 por Edital de Eleição, mas não prestou contas ao Conselho Fiscal e nem realizou os atos previstos.

O ex-presidente do Jardim 1º de Março e da Ucamb, Leonel Almeida Mesquita, disse que não foi constituída a Comissão Eleitoral.

A presidente da Associação do Jardim Renascer, Valdeth Rosa de Castro Simini, denunciou que a diretoria da Ucamb não cumpre ordem judicial. “A nossa Associação nem é filiada à Ucamb. Mas a Ucamb assegura que ocorrerão eleições”, citou ela.

Valdeth Castro lembrou que o ex-presidente José Carlos da Silva, o Zé do Renascer, embora seja caçado pela Polícia Federal, teve sua candidatura registrada pela Ucamb. Zé do Renascer chegou a distribuir cestas básicas da Secretaria de Assistência Social (Setasc), segundo Valdeth Rosa, cedidas pela Ucamb.

O ex-presidente da Associação do Grande Terceiro, Ricardo Lobo, pontuou que a  falta de respeito aos comunitários é assustadora e temerária. Ele lamentou que os dirigentes da UCAMB tenham comportamento ditatorial e antidemocrático.

Ricardo Lobo argumentou que “Os homens e mulheres do movimento comunitário de Cuiabá compreendem que somente uma intervenção pode recolocar a confiança na democracia comunitária”.