O polonês Paweł Durakiewicz, de 45 anos, superou muita, mas muita dor. Ele deixou o desconforto que sentiu nos pés de lado e completou a viagem descalça mais longa do mundo caminhando e correndo 3.409,75 km. O Guinness World Records divulgou a conquista nesta quinta-feira (11).
O trajeto de menos de seis meses ao redor da Península Ibérica começou no sul da França, perto da fronteira com Espanha. Em seguida, o polonês seguiu a costa da península no sentido anti-horário, terminando em San José, no sul espanhol. Parte do percurso incluiu a popular trilha de peregrinação do Caminho de Santiago.
Durakiewicz bateu o recorde anterior, de 2021, do holandês Antonius Nootenboom, que havia percorrido 3.019 km descalço. Para superar a marca, o polonês andou 10 km todos os dias durante cinco meses. Além disso, ele já tinha costume, pois vive na zona rural da Sicília, na Itália, onde diz ter andado “quase sempre descalço” nos últimos seis anos.
Mas, mesmo assim, quebrar o recorde não foi nada fácil. Durante o primeiro mês de viagem, Durakiewicz queimou os pés no asfalto quente da estrada ao caminhar a temperaturas próximas de 40°C. Ele tratou a lesão com gel extraído de uma planta de babosa (Aloe vera) e começou a correr para reduzir o contato que fazia com a superfície do chão.
Durakiewicz admite que teve também cortes ao longo de sua longa jornada, mas afirma que seus pés “não sofreram ferimentos graves”. Outros desafios foram as muitas vezes em que foi parado pela polícia e em que teve que percorrer estradas movimentadas e sem passagem para pedestres.
Quando chegava à noite, ele dormia e se alimentava em uma van dirigida por um amigo que o seguia. Sua dieta para aguentar andar descalço por tanto tempo era composta principalmente de frutas e vegetais frescos que cozinhava no veículo.
A jornada foi documentada em um vídeo no TikTok, que Durakiewicz postou após os 170 dias andando descalço. Na legenda, ele destaca que superou o recorde anterior em mais de 380 km e relata: “nas últimas 30 horas, percorri uma distância de 105 km. Atrás de mim estão 170 dias de experiência; alegria, sofrimento, viajando fundo em mim mesmo, ultrapassando minhas próprias limitações e todas as condições climáticas possíveis. É hora de voltar para casa”.
(Redação Galileu)