O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado (Sindspen-MT) afirmou, na manhã desta segunda-feira (20), que ainda não foi notificado sobre a decisão da Justiça, que determinou a suspensão imediata da greve dos policiais penais, em Mato Grosso.
Além disso, a categoria garantiu que a paralisação continuará, independente do Judiciário. A informação foi repassada por meio da assessoria de imprensa do Sindspen.
O indicativo de greve já tinha sido sinalizado há alguns dias. A categoria reivindica equiparação salarial com as outras forças de segurança.
Na quinta-feira (16), a greve foi deflagrada após falta de acordo com o governo.
Segundo o presidente do sindicato, Amaury Neves, o governo chegou a fazer uma proposta de reajuste salarial de 15%. Entretanto, ele afirma que a intenção dos policiais penais é o reconhecimento do trabalho e isso só irá ocorrer por meio da equiparação salarial.
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Com a paralisação, apenas serviços essenciais estão sendo realizados nas 46 unidades prisionais do estado.
O secretário-geral do Sindspen, Lucivaldo Vieira de Souza, enfatizou que a categoria continua aberta ao diálogo com o governo.
“Não está havendo sensibilidade por parte do governo, então o sindicato vai se manter forte e firme. Não queremos embate com ninguém, queremos simplesmente o reconhecimento do nosso trabalho e da nossa categoria”, declarou.
Atualmente, o estado conta com 2,6 mil policiais penais. Desses, a maioria tem salários que variam entre R$ 6 mil e R$ 8 mil. Porém, o salário inicial da categoria é de R$ 3.150, pago durante o estágio probatório. Nessa categoria há pelo menos 215 servidores, segundo o Portal da Transparência.
Decisão da Justiça
Na última sexta-feira (17), a desembargadora Antônia Siqueira Gonçalves determinou a suspensão imediata da greve dos policiais penais. Em caso de descumprimento, será aplicada multa de R$ 100 mil por dia.
Para ela, a greve pode trazer “danos a toda população que depende do sistema prisional do Estado de Mato Grosso”.
Na ação, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) relatou que a greve é ilegal e abusiva, pois, não respeitou a manutenção do percentual mínimo de servidores nos postos de trabalho.
Além disso, a PGE alegou que sempre se colocou à disposição para o diálogo, porém o sindicato insiste em cobrar reajuste em “patamares irreais”, reivindicando aumento de 90% no salário.