Dez criminosos foram presos preventivamente pela Polícia Civil na segunda fase da ‘Operação Efeito Dominó’, deflagrada nesta terça-feira (21). Eles são acusados de roubar e sequestrar o pecuarista Edson Joel de Almeida Meira, de 57 anos, pai do prefeito de Jangada (75 km de Cuiabá), Rogério Meira (PSD). O crime foi praticado em outubro do ano passado, no município. O inquérito foi concluído e a polícia indiciou 12 pessoas por roubo e extorsão.

Segundo a Polícia Civil, oito investigados já estavam presos temporariamente desde abril, quando a Gerência de Combate ao Crime Organizado deflagrou a primeira fase da ação e cumpriu ordens de prisões e busca e apreensão. Outras duas prisões foram efetuadas contra investigados que estavam em liberdade e um casal foi preso em flagrante na fase inicial das investigações. As ordens judiciais foram deferidas pelo juízo da Comarca de Rosário Oeste (104 km da Capital), que converteu as prisões temporárias em preventivas.

A investigação identificou os envolvidos nos crimes de roubo majorado e extorsão mediante sequestro, logo após a equipe policial localizar a vítima.

Com a conclusão do inquérito, os elementos probatórios reunidos comprovaram a participação de 12 envolvidos diretamente nos crimes, todos indiciados por roubo majorado e extorsão mediante sequestro.

O CRIME

A ação criminosa ocorreu na madrugada de 22 de outubro passado, em uma fazenda na zona rural de Jangada. O grupo de assaltantes invadiu a propriedade, ameaçou, com emprego de armas de fogo, os funcionários do local e, depois, amarrou as vítimas. Os criminosos ficaram aguardando o proprietário, que chegou à fazenda ao amanhecer. Em seguida, Edson Joel de Almeida Meira foi colocado em seu veículo e levado a um cativeiro, de onde os criminosos passaram a exigir de familiares o resgate para liberação da vítima.

Durante as primeiras diligências para esclarecer o crime, a equipe da GCCO localizou o pecuarista nas proximidades da comunidade Rancharia, no município de Nossa Senhora do Livramento. A vítima conseguiu escapar do local onde foi mantida em cativeiro e caminhou até a comunidade, onde a equipe da GCCO a encontrou.

No mesmo dia à tarde, a equipe policial prendeu em flagrante três envolvidos no crime, nas cidades de Nova Olímpia e Nova Marilândia. A primeira a ser presa, em Nova Olímpia, foi uma mulher identificada como ‘testa de ferro’ na empreitada criminosa. Ela emprestou sua conta bancária para receber valores extorquidos da família da vítima. Na sequência, a GCCO prendeu um casal, coautor do sequestro e que agiu como interlocutor para ‘liberar’ a vítima.

CONDUTAS DOS ENVOLVIDOS

No decorrer da investigação, a GCCO apurou a conduta dos 12 envolvidos e reuniu elementos informativos que mostram a participação de cada um deles na empreitada criminosa, desde os que planejaram o sequestro, os executores da ação e aqueles que emprestaram contas para receber o dinheiro do resgate. Foram identificados 10 homens e duas mulheres que participaram de todas as etapas do sequestro.

Um dos investigados declarou em interrogatório que a intenção inicial era exigir altos valores da família da vítima, contudo, com as prisões em flagrante do casal que negociou o sequestro e da mulher que receberia o dinheiro, o restante do grupo desistiu da empreitada criminosa. Ele relatou ainda que o grupo que planejou o sequestro lhe ofereceu vinte mil reais para cuidar da vítima no cativeiro.

“A extorsão mediante sequestro é um crime hediondo e merece investigação especial, assim como outras ações de quadrilhas especializadas. Por isso, neste caso, além dos ‘negociadores’ e ‘conteiros’, após as investigações realizadas pela Divisão Antissequestro, chegamos aos executores e mentores do crime”, explicou o delegado Antenor Júnior Pimentel Marcondes.

(HNT)