Imagens da câmera de segurança de um estabelecimento flagraram o momento em que um adolescente, de 16 anos, vendia salgados montado em uma bicicleta, quando foi empurrado por dois funcionários do local. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a dupla, que fugiu logo depois de derrubar o garoto autista.

O caso ocorreu em Guarantã do Norte, a 595 km de Cuiabá, na terça-feira (27) e veio à tona nesta semana após repercutir nas redes sociais.

Veja o vídeo

A mãe do menino contou à polícia que ele vende os salgados nas ruas para ajudar nas despesas da casa. Durante uma dessas vendas, ele foi empurrado da bicicleta na porta de uma oficina mecânica. Nas imagens, os dois suspeitos fogem assim que o adolescente cai no chão. Um terceiro funcionário vem ajudar a vítima.

Com a repercussão do caso, a família acionou a polícia, em razão dos transtornos emocionais que está impedindo a vítima de retomar as tarefas diárias com as vendas.

Na quinta-feira (5), o adolescente foi ouvido na delegacia da cidade, de acordo com a polícia. Conforme boletim de ocorrência, o responsável pela empresa procurou a família para se explicar do ocorrido.

A mãe da vítima compareceu na delegacia e narrou que seu filho vende salgados nas ruas de Guarantã do Norte para ajudar nas despesas da casa. E durante uma venda, em uma oficina mecânica, dois funcionários do local empurraram o adolescente, que caiu da bicicleta.

O ato foi filmado e divulgado em redes sociais, o que está causando transtornos emocionais, que está impedindo a vítima de realizar suas tarefas diárias. O responsável pela empresa procurou a família para explicar o ocorrido.

Segundo o presidente da comissão de direitos humanos da 14ª subseção da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB-MT), Marcus Macedo, a população se comoveu com o garoto e com a dificuldade financeira da família.

“Foi feito por maldade. Nós acompanhamos essa família na delegacia, onde foram ouvidos. Conseguimos o apoio de uma psicóloga para acompanhar. A população também se uniu e já arrecadou mais de R$ 15 mil para a família”, comentou. A polícia investiga o caso.

Outro lado

O proprietário da oficina afirmou, em nota de esclarecimento publicada nas redes sociais, que repudia qualquer ato ou comportamento desta natureza mesmo que praticados sem intenção de machucar o outro. Ele cita ainda que outro colaborador da empresa prestou apoio ao garoto.

Na nota, o proprietário ressaltou que todas as atitudes possíveis e legais estão sendo tomadas para punir tais atos, seja a agressão e a divulgação do vídeo nas redes sociais. Além disso, informou que se colocou à disposição da família e pediu desculpas ao jovem pelo transtorno. (G1)