O popular “Jogo do Tigre”, plataforma online que promete ganhos fabulosos em pouco tempo, tem atraído apostadores no Brasil todo. Em Mato Grosso, a situação não é diferente e chama a atenção das autoridades policiais. Na internet, supostos vencedores aparecem ostentando com os valores recebidos do jogo, assim como influenciadores que divulgam os mesmos. Em entrevista ao Gazeta Digital, a titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), Juliana Chiquito, disse que a Polícia Civil monitora o avanço do aplicativo no Estado.

“Nós estamos monitorando eventuais vítimas que tenham tido prejuízo relacionado a esse tipo de aposta. Já é de amplo conhecimento de várias pessoas consideradas influenciadoras digitais que fazem a publicidades e mostram as possibilidades de ganhos do jogo”, pontua.

Os jogos considerados de “azar” podem aparecer em mais de um site, geralmente dentro de categorias como “cassino online”. Juliana reforça que a prática é proibida no Brasil.

Divulgação

Juliana Chiquito

De acordo com a delegada, até o momento não há registros oficiais do Observatório de Segurança Pública de Mato Grosso sobre vítimas no estado. Contudo, a popularidade desmensurada do aplicativo preocupa.

Isso porque o sistema ganha o apelo especial dos influenciadores digitais. Eles são contratados para aliciar pessoas a apostar dinheiro no tal jogo com a promessa de “grandes ganhos”. A divulgação desse enriquecimento repentino também despertou o interesse da polícia do Paraná, onde um trio de divulgadores chegou a ser preso.

“Lembrando que jogos de azar são uma contravenção penal, não necessariamente para aquele que faz a aposta, mas quem explora esse jogo e estabelece as regras para extrair ganhos… Nós estamos observando muitos influenciadores digitais que utilizam do seu alcance para fomentar a prática desse jogo de azar. Em tese, podemos observar que essas pessoas podem estar praticando um crime por estar fomentando as pessoas que exploram o jogo. Eles passam uma imagem de felicidade, ganhos, altos lucros de maneira fácil”, disse.

Apesar das propostas tentadoras, a delegada ainda faz um alerta para que os internautas não acreditem nas promessas de “dinheiro e fácil”. “Nada é de graça, temos as pirâmides e organizações criminosas muito bem qualificadas. As pessoas acabam perdendo patrimônios, família e até a vida em decorrência disso. Fica o alerta para população não acreditar em dinheiro fácil porque isso não existe”, finaliza. (Gazeta Digital)