Foi aberta a segunda fase da investigação sobre as irregularidades no Cruzeiro entre 2017 e 2019. Durante toda esta sexta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços em Belo Horizonte e também em outros estados brasileiros. A ação é um desdobramento da fase chamada “Segundo Tempo”, que apura irregularidades na antiga gestão cruzeirense.
Segundo informações iniciais, foram alvos de mandados de busca e apreensão, pelo menos, em três endereços de ex-dirigentes: o ex-presidente Wagner Pires de Sá, além do ex-vice de futebol, Itair Machado, e o ex-diretor geral da Raposa, Sérgio Nonato.
A operação cumprida nesta sexta é decorrente de depoimentos colhidos na primeira fase da investigação. Com base nos depoimentos e outros indícios, a Polícia Civil conseguiu a quebra do sigilo bancário dos investigados.
Os mandados cumpridos fora de Minas são em São Paulo, e mais duas cidades do interior paulista: Bauru e Santos, além de Salvador e Andirá-PR. A busca e apreensão ocorreu nos endereços para colher provas na investigação que apura crimes de lavagem de dinheiro e outros crimes econômicos.
A operação corre em segredo de Justiça, sob um comando de um novo delegado. Os alvos da nova fase da operação ainda não foram divulgados.
Cruzeiro bandeira — Foto: Divulgação/ Cruzeiro
A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio de nota, informou que as investigações estão em andamento e correm sob sigilo. Mais informações serão repassadas após a conclusão dos trabalhos investigativos. A reportagem buscou contato com os citados, mas ainda não obteve retorno.
Segunda Fase
É o segundo momento de investigação da Polícia Civil sobre possíveis irregularidades na ex-gestão cruzeirense, comandada por Wagner Pires de Sá. Em 09 de julho de 2019, a operação denominada “Primeiro Tempo” foi deflagrada com 16 mandados de busca e apreensão em sedes do Cruzeiro e casas dos então dirigentes cruzeirenses.
Em novembro do ano passado, após indiciamento, a Justiça acatou denúncia do Ministério Público de Minas Gerais e instaurou processo criminal na 7ª Vara contra os ex-dirigentes do Cruzeiro (Wagner Pires de Sá, Itair Machado e Sérgio Nonato) e mais seis pessoas (um ex-assessor de futebol do clube, três empresários, um ex-presidente do Ipatinga Futebol Clube e o pai de um atleta das categorias de base do Cruzeiro). Todos eles passam a estar na condição de réu do processo.
O processo trata de crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa. Segundo levantamento do Ministério Público de Minas Gerais (MPPMG), o prejuízo causado ao Cruzeiro é de cerca de R$ 6,5 milhões. (Globo Esporte)