O coordenador da Gerência de Operações Especiais (GOE), delegado Frederico Murta, afirmou que a sociedade brasileira banalizou a morte de policiais e questionou o que chamou de “bandidolatria”, quando criminosos são idolatrados enquanto agentes de segurança são hostilizados. A declaração foi dada durante entrevista ao 45º episódio do PodOlhar, videocast de entrevistas do Olhar Direto.

Com formação no FBI, Murta comparou a realidade da polícia no Brasil e nos Estados Unidos e destacou o respeito que os norte-americanos demonstram pelos agentes de segurança. “Foi um curso que eu fiz em 2018, um curso de 12 semanas, onde eles reúnem ali 250 policiais, sendo 225 norte-americanos e 25 convidados. O que mais me chamou atenção foi o respeito que a sociedade tem pelos policiais. Aqui no Brasil, por questões ideológicas ou por um histórico não tão favorável, há uma certa hostilidade em algumas regiões”, disse.

O delegado ressaltou que, nos Estados Unidos, a morte de um policial tem grande repercussão, diferentemente do que ocorre no Brasil. “Quando morre um policial nos Estados Unidos, é praticamente feriado, para tudo. Aqui, nós banalizamos essa questão. Sempre faço questão de chamar atenção quando um policial morre, porque não se fala muito nisso”, afirmou.

Outro ponto destacado foi a diferença na segurança jurídica para a atuação policial nos dois países. Murta apontou que, enquanto os agentes nos Estados Unidos têm mais respaldo para agir, no Brasil, a insegurança jurídica é constante. “O policial americano tem mais liberalidade.

para atuar e um pouco mais de segurança. Aqui, o policial vive sempre com uma insegurança jurídica muito grande. Se você trouxer um policial americano e colocá-lo para trabalhar aqui, ele não vai sair da unidade, porque ele quer um carro em condições, um armamento bom, uma equipe mínima. Quando contamos para eles como trabalhamos, eles se espantam”, relatou.

Murta também mencionou a diferença de investimentos na segurança pública entre os países. “A polícia americana tem muito mais investimento. Aqui, sempre precisamos de mais efetivo, estrutura. Isso acontece em qualquer lugar, mas lá eles são melhor amparados”, concluiu.

Onde assistir e ouvir?

O episódio do PodOlhar está na íntegra no canal do videocast no Youtube (assine aqui) e em forma de áudio nas principais plataformas de podcast, como Spotify, Deezer e Apple Podcast – onde você pode assinar e conferir todos os episódios de forma gratuita.

(Olhar Direto)