O membro de um grupo de extermínio em Várzea Grande, Marcos Augusto Ferreira Queiroz, foi condenado por júri popular, a 22 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi alvo da ‘Operação Mercenários’, que investiga uma organização criminosa que matava pessoas por encomenda e recebia dinheiro por isso.

O réu foi condenado a 22 anos e 6 meses em regime fechado, por homicídio qualificado da vítima Edcarlos de Oliveira Paiva. O crime ocorreu no dia 25 de abril de 2016, em Várzea Grande, região metropolitana da capital.

De acordo com a sentença, as interceptações feitas com autorização judicial e declarações prestadas no decorrer do processo apontam que o crime foi praticado de forma previamente planejada, através de conversas telefônicas codificadas mantidas entre os envolvidos no homicídio.

A vítima estava em um bar próximo da sua casa, conversando com o proprietário do estabelecimento, quando levou sete tiros de três armas de fogo diferentes.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, o homicídio contou com a participação de outras quatro pessoas, todas integrantes do grupo de extermínio.

Os demais já respondem a ação penal e alguns deles, inclusive, já se submeteram ao júri popular.Armas e munições foram apreendidas na 'Operação Mercenários' — Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT

Armas e munições foram apreendidas na ‘Operação Mercenários’ — Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT

O motivo do crime, segundo consta na sentença, foi o fato da vítima ser usuária de drogas e suspeita de participar de atos infracionais de roubo e tráfico de drogas na região do Cristo Rei, em Várzea Grande.

‘Operação Mercenários’

A operação ‘Mercenários’ prendeu 17 integrantes de uma organização criminosa que matava pessoas por encomenda e recebia dinheiro por isso. As prisões foram em abril de 2016.

Segundo a Polícia Civil, o grupo foi descoberto depois de uma investigação que apurava homicídios ocorridos em Várzea Grande e Cuiabá. Em todos os casos, as testemunhas relatavam que os criminosos estavam vestidos com roupas camufladas, roupas pretas e capuzes.

O Ministério Público Estadual afirma que o grupo tinha aparato para cometer os crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e carros e motos com placas frias.

Além dos seis policiais militares, a operação também prendeu seis vigilantes que trabalhavam em empresas e comércios em Várzea Grande, duas pessoas consideradas como ‘mandantes’, duas pessoas que tinham o papel de ‘informantes’ no grupo e um gerente de uma empresa.

Conforme a Polícia Civil, os policiais militares atuavam como executores.

As investigações apontam que o grupo cometia os assassinatos por questões financeiras, já que os integrantes eram contratados.

A polícia acredita que o grupo preso está vinculado a pelo menos cinco homicídios ocorridos entre os dias 3 de março a 13 de abril de 2016, na região metropolitana.