A Polícia Federal sequestrou R$ 1.256.826,97 em bens de grupo criminoso investigado por a extração e desmatamento ilegal de madeira na Terra Indígena Aripuanã, localizada no município de Aripuanã (961 km de Cuiabá). Além disso, cumpriu oito mandados de busca e apreensão na cidade mato-grossense e, ainda, em Espigão D’Oeste (RO) e Tocantins (MG). O valor é referente a rendimentos ilícitos auferidos pelo grupo e movimentações financeiras suspeitas de lavagem de dinheiro, além de ser a quantia estimada pela investigação para recuperar a área degradada.
Segundo a PF, as investigações se iniciaram após a realização de fiscalização conjunta da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em julho de 2022, próximo à Aldeia Paralelo 10, em um ramal que dá acesso à Terra Indígena Aripuanã.
À ocasião, foi realizada a abordagem da pessoa que se autointitula “Turco”, que conduzia uma caminhonete bandeirante branca, vindo da saída da Terra Indígena. Com ele foram encontradas ferramentas destinadas à manutenção de maquinário pesado, assim como folhas e documentos de registros contábeis e de logísticas destinados a conferência de metragem e valores de espécies de madeira (romaneio de toras).
Consta, ainda, que foi destacada equipe policial para o interior das áreas de exploração, percebendo-se várias toras de madeira aguardando serem retiradas, assim como máquina trator esteira dirigida à extração/corte de madeiras.
Com o aprofundamento da investigação foi identificada a existência de uma organização criminosa voltada a prática de desmatamento ilegal, extração e comercialização ilegal de madeira em Terra Indígena (com o apoio de indígenas para essa finalidade), visando, ainda, à inserção de dados falsos no sistema SISFLORA, conferindo-se ares de legalidade à transação e transporte da madeira, com a sua respectiva comercialização no mercado interno.
A OPERAÇÃO ANKARA faz alusão à capital da Turquia (Ancara), considerando que o principal alvo se autodenomina “Turco”.
(HNT)