A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (23) a Operação Segundo Caminho com o intuito de apurar a participação de componentes da facção criminosa Comando Vermelho em suposto patrocínio da candidatura a vereador de Flávio Braga da Silva (MDB), conhecido como Hulk, em 2020, no município de Barra do Garças ( a 511 km de Cuiabá). No total, estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva em Mato Grosso.

A Operação Segundo Caminho, que um é desdobramento da Operação Captura de Estado, deflagrada pela Polícia Federal de Barra do Garças, em 2020, apurou a atuação de indivíduos que cometiam vários crimes afim de financiar uma facção criminosa atuante a região do Vale do Araguaia em razão de suas atividades ilícitas, pratica delitos conexos previstos na Lei de Lavagem de Capitais, na Lei de Drogas e no Código Penal.

Nove mandados de busca e apreensão e a dois mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Comum Estadual de Cuiabá foram cumpridos nas cidades de Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande e Barra do Garças.

As condutas praticadas encontram tipificação no art. 1º, caput, da Lei 9.613/1998 (Lavagem de capitais), no art. 2º, caput, da Lei 12.850/2013 (Organizações Criminosas), bem como no art. 171, §2º-A, do Código Penal (Estelionato mediante Fraude Eletrônica). Quando somadas, as penas máximas de tais delitos superam 20 anos de reclusão.

Devido a investigação envolver uma facção criminosa a Polícia Federal utilizou também três cães farejadores durante as buscas. O nome da operação é referente a declaração de um dos alvos que afirmou que no mundo do crime existem três caminhos: a igreja, a prisão ou a morte.

ENTENDA O CASO

Reprod/ Fantástico

hulk

O candidato a vereador Flávio Braga da Silva (MDB) seria um dos candidatos escolhido pela quadrilha do traficante Fernandinho Beira-Mar. Nas eleições de 2020, ele foi eleito suplente no município. Além dele, outros candidatos, que não tiveram o nome divulgado, foram alvos da investigação da Captura de Estado, deflagrada pela Polícia Federal.

Candidata a vereadora no Rio de Janeiro em 2004, Maria das Graças Vieira Fernandes, conhecida como Malévola, foi presa por tentar destruir o celular dela enquanto os policiais cumpriam o mandado contra ela.

“Nós trabalhamos no crime. Nós só temos três caminhos a seguir: a igreja, cadeia e cemitério. E eu não quero ir para nenhum dos três”, diz ela em uma conversa por áudio no celular.

Segundo a Polícia Federal, ela é uma das chefes da quadrilha em Barra do Garças. Em um áudio que foi divulgado, ela afirma para os comparsas que caso o candidato Flávio Braga seja eleito, ela poderá enfrentar a polícia além do poder público.