A Polícia Federal (PF) prendeu Celia Castedo Monasterio, controladora responsável pela análise e aprovação do plano de voo da aeronave envolvida no desastre da Chapecoense, em 2016. A decisão foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que determinou a extradição.

Na sentença assinada por Gilmar Mendes, Celia é “procurada pela Justiça boliviana para responder pela suposta prática do crime de atentado contra a segurança do espaço aéreo”.

Celia foi responsável pela análise e aprovação do plano de voo do avião que caiu perto do aeroporto internacional José Maria Cordova, próximo à Medellin, na Colômbia. Ao todo, 71 pessoas morreram na tragédia que levava a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados para a final da Copa Sul-Americana.

Na ocasião, Celia teria deixado, de forma fraudulenta, de observar procedimentos mínimos para aprovação do plano de voo. Desde 2016, era refugiada no Brasil e vivia em Corumbá. A controladora chegou a ter o pedido de refúgio renovado e usou como argumento para o pedido de refúgio “perseguição” na Bolívia, após as declarações sobre o acidente.

Acidente ocorreu em novembro de 2016 — Foto: ADRIANO VIZONE/FOLHAPRESS

Acidente ocorreu em novembro de 2016 — Foto: ADRIANO VIZONE/FOLHAPRESS

O plano de voo do avião da Lamia, assinado por Celia, que transportava o time da Chapecoense, mostrou que o piloto decolou da Bolívia para a Colômbia sem combustível suficiente para enfrentar qualquer imprevisto.

A Polícia Federal disse que Celia permanecerá reclusa em Corumbá, onde aguardará os trâmites legais para que seja entregue às autoridades bolivianas.

A defesa da controladora disse que “está tomando ciência sobre o pedido de extradição para saber qual medida tomar para garantir a permanência dela no Brasil”.

* Com informações do G1 MS.