Eleito novo presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, afirmou que muitos pequenos e micro produtores estão
sendo afetados pela moratória da soja. De acordo com o dirigente, o acordo privado que
proíbe a comercialização da oleaginosa oriunda de áreas do bioma Amazônia desmatadas
após julho de 2008 reúne mais de 90% das empresas, o que pode até se caracterizar um
cartel.
“Ele é um acordo aue vai além do livre mercado, pois interfere até no direito à propriedade. A união dessas empresas que aseriram a moratória é mais de 90% do mercado, então, isso é um monopólio, podendo ser considerado um cartel”, afirmou, em conversa com a imprensa nesta quinata-feira.
De acordo com Beber, a tradings têm penalizado produtores que produzem além das áreas
que entrariam na moratória, que deveria ocorrer somente nas áreas onde tem problema. “Eles
exigem às vezes do CPF do produtor, do parente que tem um armazém próximo. Dificulta a
vida desse produtor, que acaba tendo que vender para compradores de segunda linha,
podendo haver problemas de arrecadação, diante do risco de sonegação fiscal – essas
empresas criam CNPJ cada ano”.
Diante da situação, o futuro presidente da Aprosoja enalteceu a atuação do governador Mauro Mendes (União), que em reunião com prefeitos e produtores rurais se comprometeu a
buscar medidas para por fim a tal impedimento. Entre as medidas, o gestor afirmou que irá
convidar o ex-governador Blairo Maggi para tratar sobre a moratória da soja. O mega rodutor rural é presidente do conselho da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
(ABIOVE), uma das responsáveis por estabelecer o acordo.