Os hospitais de Mato Grosso, nas principais cidades do Estado, não têm condições de receber novos pacientes e a melhor alternativa é o fechamento total, começando pela Região Metropolitana de Cuiabá. As equipes de saúde estão exauridas, nos hospitais públicos e privados de Cuiabá, com todos trabalhando acima do limite profissional e humano.

“Não é fácil falar sobre isso. A situação é muito grave, na saúde pública e também na privada. Os  relatos de colegas são de que há um autêntico cenário de guerra!”, argumentou o médico Werley Peres, autor da proposta do lockdown total, em Cuiabá e Várzea Grande.

 

A ação do governador Mauro Mendes (DEM) e dos prefeitos Emanuel Pinheiro (MDB), de Cuaibá, e Kalil Baracat (MDB), de Várzea Grande, de abrir novos leitos seria mero paliativo. “Todos  os leitos estão  ocupados. Tanto na rede pública quanto na privada.  A situação está extremamentte grave! Se abrirem novos leitos de enfermaria e de UTIs, logo serão tomados!  E, além disso, não há profissionais suficientes, disponíveis, para atender todas as áreas”, justificou Peres.

 

O entendimento do profissional de Medicina é de que não existe outro caminho, para a Grande Cuiabá, a não ser imitar Curitiba (PR): fechar tudo!

“Não! Não há outra solução, neste momento, a não ser fechar tudo! Pelo menos para que se dê um certo alívio dentro das unidades de saúde. para que consigam vencer às demandas que estão chegando”, sugeriu o médico.

 

“Da forma como está, com esses decretos que estão sendo feitos, discretametne leves e que não são restritivos, a tendência é só piorar. Então, que se feche logo tudo de uma vez e segure pelo menos duas semanas,  para que a gente consiga ter um alívio na rede pública e na rede privada”, afirmou Werley Peres.

 

“A situação é muito grave, senhores.   Todos os dias se abrem mais UTIs. Pode aumentar leitos como for, mas vai chegar num ponto em que não teremos mais onde colocar pacientes. Tenho relatos espantosos de colegads da  rede pública e da rede privada”, sintetizou o médico, com longos anos de experiência na rede pública e planos de saúde.

 

“O que os goveranantes estão esperando para fazer o que  é certo? Não acho que tenha outra solução, neste momento, a não ser fechar tudo, pelo menos duas semanas, em Cuiabá e Várzea Gande! O que as autoridades vão esperar? Que as pessaos comecem a morrer na rua, porque não conseguem nem entrar numa unidade de saúde? Não dá para ignorar o fato.  Que tenhamos responsabilidade. O sistema colapsou! E  colapsou muito!”, complementou Werley Peres.

Lockdown dramático em Curitiba

 

O prefeito Rafael Greca (DEM) decretou lockdown, em Curitiba – Capital e maior cidade do Paraná. Ele gravou um vídeo emocionado, em que explica os motivos: “o Brasil adoeceu de uma nova cepa, feroz em transmissão, rápida em contágio e eficaz em matar. Inclusive em matar os mais jovens!  Esse é um esforço imenso para livrar nossa gente desse mal”, observou ele.

“Nos últimos 15 dias, com a nova escalada do coronavirus, nós abrimos 154 leitos de UTI e 240 leitos clínicos nas UPAs. As nossas equipes de saúde estão exauridas (…) Hoje, à meia-noite, estou decretando lockdown na cidade de Curitiba”, disse Greca.

 

A taxa de ocupação geral de UTIs é de 96% nesta sexta-feira (12) para a dcovid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, com somente 17 leitos de UTI livres.

 

“Só vai passar se todo mundo ajudar”, alertou o prefeito curitibano. “O negacionismo, a ignorância, ofingir que está tudo bem, não vai ajudar ninguém. Nós precisamos ficar em casa, só sair se for absolutamente necessário, e obedecermos as autoridades sanitárias. Deus proteja Curitiba, para que a misericórdia de não termos que escolher quem vai morrer e quem vai viver, não tenha que ser exercida pelas nos nossos sistemas de saúde.  Por Deus, que nos ajude”, complementou Rafael Greca.

Veja vídeo

 

*Colaborou Aline Coelho, Especial para o Cuiabano News.