Estudo e desenvolvimento conceitual de embalagem, realizado por alunas da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e potencializado por meio do uso do Método Hestia, alcança o nível de produto industrial. As pesquisadoras responsáveis pelo estudo foram premiadas pela Associação Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Hestia) e a Unemat destacada e homenageada pela instituição anfitriã na cerimônia realizada durante o lançamento da pedra fundamental do Complexo Nacional Hestia de Ciência, Tecnologia e Inovação, nesta quinta-feira (03), em Penha, Santa Catarina. O evento contou com a presença da representante do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Unemat, Jaqueline Albino. A embalagem para acondicionar a castanha-do-brasil é o primeiro produto inovador entregue pelo Complexo Nacional a favor de pesquisadores e instituições brasileiras.

As egressas da Unemat, agora arquiteta e urbanista Ana Paula Lívero Sampaio e as engenheiras de alimentos Camila Zavolski e Gabriela Souza Alves, eram alunas da disciplina de Tecnologia de Embalagens em 2012, quando o Método Hestia foi aplicado experimentalmente na disciplina. As estudantes tinham o desafio de aplicar o conhecimento da disciplina, identificando oportunidades práticas para gerar produtos ou bens sociais. Nesta busca nasceu a relação com uma demanda de embalagem para o Instituto Kabu de Novo Progresso, Pará. Uma embalagem para a castanha-do-brasil, colhida de forma sustentável pelos índios Caiapós, foi estudada e elaborada na forma de artigo científico.

As profissionais formadas pela Unemat receberam a Medalha Nacional Hestia da “Ordem da Inovação” e disseram que essa foi uma grata surpresa recebida com muita alegria. Gabriela Alves contou que consideraram o ouriço da castanha-do-brasil como fonte de inspiração e que, na época, contaram com o suporte e espaço do Laboratório Nacional de Novos Materiais e Embalagens (Lanme), criado pelo professor Etney Neves, com apoio do professor Flávio Teles, na época diretor do cämpus da Unemat em Barra do Bugres e, hoje, diretor técnico-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), e do coordenador do curso de Engenharia de Alimentos, Alexandre Porto, atualmente pró-reitor de Ensino de Graduação.

“Foram quatro anos de pesquisa até chegar ao produto final e outros quatro para a transferência tecnológica da pesquisa desenvolvida na Unemat para a indústria”, contou Ana Paula Sampaio. A embalagem, considerada um produto inovador, foi totalmente desenvolvida no Brasil e nasceu da aplicação do Método Hestia dentro de um ambiente universitário.

“A ideia e o conceito foram desenvolvidos utilizando o Método Hestia nos cursos de engenharia da Unemat, o cliente líder está no Sul do Pará e o fornecedor industrial em Santa Catarina. Esta é a força da integração do método e das ferramentas da Hestia, a favor dos pesquisadores, suas instituições e os atores industriais e sociais de inovação”, explicou o professor Etney Neves, diretor-superintendente do Instituto Hestia.

A Hestia é uma estrutura neutra de apoio aos cientistas e suas instituições, sendo a Unemat a primeira universidade brasileira a receber atenção e investimentos por meio de Acordo de Cooperação. “Além da embalagem de castanha-do-brasil, temos mais nove embalagens registradas a favor da Unemat, onde se pode afirmar também que é a favor do Estado de Mato Grosso e do Brasil. Neste momento, a continuidade deste processo de transferência de conhecimento universitário para a sociedade, necessita do estudo e entendimento do status dos desenvolvimentos e fortalecimento da cooperação Unemat-Hestia para evoluí-las rapidamente para produtos industriais inovadores”, detalhou Etney Neves.

“A Unemat compreende os esforços da equipe de pesquisa e o impacto do produto na sociedade e na vida dos profissionais que forma. Foi muito importante ver as egressas receberem essa medalha. O evento veio trazer o reconhecimento do papel da Unemat fora do Estado. E, diante da possibilidade de negociação e futura transferência da tecnologia, o NIT vem dar todo o suporte para a relação entre os envolvidos”, comentou Jaqueline Albino.

Complexo Nacional Hestia de Ciência, Tecnologia e Inovação  

Após o método e as ferramentas Hestia serem exaustivamente testadas, nasceu o Complexo Nacional Hestia de Ciência, Tecnologia e Inovação, como o primeiro espaço brasileiro neutro para integração dos conhecimentos dos 1,7 milhões de profissionais de CT&I e das mais de 2.400 instituições brasileiras de pesquisa.

O Complexo está posicionado às margens da BR-101, próximo de quatro aeroportos, sendo três internacionais, além de quatro portos para importações e exportações de periféricos para pesquisa.

Os vários pontos positivos a favor da logística de deslocamentos de profissionais e estudantes definiu a instalação do centro de apoio para decodificação científica e integração do conhecimento em Penha, litoral norte de Santa Catarina.

O Complexo Nacional está em uma área de 170 mil m², com parte dos 12% restantes do bioma Mata Atlântica, sendo uma das propostas da iniciativa a conservação e proteção da fauna e flora brasileira.

O Câmpus Avançado para Transferência de Conhecimento e Produtos Inovadores para a Sociedade é aberto a todas as instituições brasileiras. Mais informações podem ser obtidas por meio do e-mail san@hestia.org.br