Diretor técnico da Fórmula 1, Ross Brawn deu uma entrevista ao site F1.com onde detalha algumas das novidades do “novo normal” da categoria. E uma delas chamou a atenção: segundo o dirigente, a partir do dia 5 de julho, quando a F1 faz seu retorno com portões fechados no GP da Áustria, não haverá festa de comemoração no pódio após o término das corridas. O motivo é manter o distanciamento social em tempos de pandemia do coronavírus.
– O procedimento do pódio não poderá acontecer (como é agora), mas estamos vendo o que fazer depois das corridas. Uma opção seria alinhar os carros na pista, e os pilotos ficarem de pé em frente aos seus carros. Não podemos apresentar os troféus, porque não podemos ter alguém perto deles, mas resolveremos isso. Há planos e procedimentos, e vamos pensar em como podemos apresentá-los na TV – comentou.
Brawn falou ainda sobre o grid antes das corridas, que fica recheado de mecânicos, pilotos, membros da imprensa e convidados. Isso também não poderá ocorrer no “novo normal. Os chefes da F1, segundo ele, precisarão ser criativos.
– Por causa da implementação dos procedimentos, temos que ter cuidado e ficar atentos à situação da Covid-19. As práticas que tínhamos no passado não podem acontecer. O grid bem cheio é algo da F1 que não poderá ocorrer mais – falou.
Ele acrescentou que o FIA Futuras Estrelas, um programa de “mascotes”, com pequenos pilotos promissores, que fazem parte da cerimônia pré-corrida, também será modificado:
– Coisas como o hino nacional… Você não pode mais ter os pilotos juntos, agrupados, e não pode ter mais as futuras estrelas da FIA em frente a eles. O FIA Futuras Estrelas vai ser parte do show virtualmente. Eles terão os uniformes enviados para eles e vão nos mandar vídeos com mensagens que poderemos passar para criar uma forma de entretenimento.
Algumas horas antes das corridas, às vezes os pilotos fazem uma volta dentro de um caminhão ou em um carro clássico e acenam para os fãs. Essa é a chamada “parada dos pilotos”. De acordo com Brawn, isso também não será possível.
– A “parada dos pilotos” não vai acontecer porque não dá para colocar 20 pilotos atrás de um caminhão para rodar a pista, então, ao invés disso, vamos entrevistá-los separadamente, cada um na frente de sua própria garagem. Há inúmeras maneiras para fazermos sem arriscar o compromisso com a saúde e segurança.
Pódio, segundo Brawn, não terá mais festa devido ao distanciamento social — Foto: Reprodução/F1
Na madrugada desta sexta, a Fórmula 1 divulgou mais uma atualização do seu calendário de 2020. A novidade fica por conta do cancelamento das etapas de Singapura, Azerbaijão e Japão por conta da pandemia do novo coronavírus. Marcado para o dia 5 de julho, o GP da Áustria segue como abertura da temporada.
Recentemente, Brawn já tinha falado sobre o “novo normal” da F1. Ele disse que havia um plano de segurança cuja ideia era criar um ambiente no qual todos os envolvidos sejam testados previamente para coronavírus e não tenham contato com outras pessoas. O evento em Spielberg terá portões fechados ao público. O diretor descartou que os envolvidos com o GP da Áustria se deslocarão em comboios, mas revelou que os locais de refeição serão compartilhados.
Portugal de volta?
A Fórmula 1 está perto de retornar a Portugal. O país não recebe provas da categoria desde 1996, quando o GP foi realizado em Estoril pela última vez. Em entrevista ao periódico “A Bola”, Ross Brawn disse que trata-se de um “provável destino” para a segunda parte do calendário, que será totalmente modificado com as suspensões e cancelados por causa da pandemia do novo coronavírus.
Alain Prost durante o GP de Portugal de 1989, no Estoril — Foto: Getty Images
Segundo ele, o Autódromo Internacional do Algarve, localizado na região litorânea no sul do país, já se prepara para receber ao menos uma corrida, no dia 27 de setembro — data originalmente agendada para o GP da Rússia. Há também a possibilidade também de uma segunda prova em Portimão, que seria realizada uma semana depois, em 4 de outubro.