A Conmebol anunciou nesta última terça-feira, durante seu Congresso Anual, que fechou o ano 2020 com um prejuízo de US$ 14,5 milhões (R$ 80 milhões). Foi a primeira vez na curta história de transparência da entidade que um ano fechou com números negativos.

Embora tenha sido fundada em 1916, a Conmebol só passou a publicar balanços a partir de 2017, depois da explosão do “Caso Fifa” em 2015 e da prisão dos presidentes que mandaram desde 1986: Nicolas Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout.

Em 2020 a Conmebol anunciou faturamento de US$ 330 milhões, uma queda de 32% em relação ao ano anterior. Entre os motivos está o encerramento dos contratos de transmissão da Copa Libertadores (Globo) e da Copa Sul-Americana (DAZN), que reduziu a arrecadação em US$ 43,4 milhões em relação ao previsto no ano anterior.

Por causa da pandemia do coronavírus, a Conmebol estima ter deixado de arrecadar US$ 10 milhões em bilheteria nas finais da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana. E organização também doou, em recursos próprios, US$ 11,2 milhões para associações nacionais e clubes. A Fifa doou outros US$ 15 milhões.

Para cobrir o prejuízo, o Conselho autorizou a administração da Conmebol a usar US$ 27 milhões de um fundo de reserva constituído em 2019. Ao longo e 2020 a Conmebol também conseguiu recuperar US$ 38 milhões que estavam em contas de ex-cartolas da entidade envolvidos no “Caso Fifa”. Em 2017, a entidade contratou uma auditoria externa que constatou desvios de US$ 129 milhões. Desde então, a entidade já conseguiu restituir US$ 55 milhões.

Copa América com público

Ao longo de seu Congresso Anual, nesta terça-feira, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, mencionou várias vezes a Copa América de 2021, a ser disputada na Colômbia e na Argentina, entre junho e julho, como um fator que vai fazer a arrecadação da entidade voltar a crescer. A Conmebol projeta receitas de US$ 487 milhões em 2021. A Conmebol trabalha para que a Copa América tenha até 30% de público nos estádios – situação que as autoridades de saúde de Argentina e Colômbia consideram muito difícil. (Globo Esporte)