O Palmeiras vai à final da Copa Libertadores pelo segundo ano consecutivo. O empate por 1 a 1 com o Atlético-MG, nesta terça-feira, num Mineirão com barulhenta torcida do Galo, não foi fácil, mas serviu para manter vivo o sonho do tricampeonato continental – após as conquistas de 1999 e 2020, esta última vencendo o Santos, em janeiro passado.
O Atlético, jogando em casa e com apoio, abriu o placar com Vargas, já no segundo tempo, mas fica pelo caminho mesmo invicto – uma eliminação dolorida, sem uma derrota sequer na campanha. Isso porque um iluminado Gabriel Veron entrou e, em sua primeira jogada, deu o gol de empate de presente para Dudu, decisivo, levar o Verdão à decisão pelo critério do gol fora de casa (o jogo de ida terminou 0 a 0, em São Paulo). Agora é esperar Flamengo ou Barcelona-EQU na decisão de 27 de novembro, em Montevidéu.
Tinha que ser Dudu
O ex-camisa 7 (agora camisa 43) saiu no meio da campanha da Libertadores passada rumo ao Al Duhail, do Catar, e não teve o gostinho de levantar a taça no Maracanã em final contra o Santos. Agora, de volta, apareceu quando o time mais precisou: pressionado, conseguiu o gol de empate na reta final da partida – apenas o segundo dele desde o retorno, em julho. Dudu, enfim, terá a chance de jogar uma final continental.
Primeiro tempo
Os primeiros 45 minutos jogados no Mineirão foram melhores do que os do Allianz Parque há uma semana. Abel Ferreira escalou o Palmeiras com três zagueiros, com Renan no lugar do centroavante Luiz Adriano. No meio, o jovem Danilo ganhou a vaga de Zé Rafael. Com o trio defensivo e linha de cinco sem a bola, o time alviverde anulou as principais armas do Atlético e, a despeito da escalação defensiva, não teve uma postura tão cautelosa quanto a que apresentou no jogo de ida.
Segundo tempo
A etapa final começou acelerada. Os goleiros foram testados duas vezes nos três primeiros minutos. Hulk arriscou uma bomba de fora da área que Weverton espalmou para escanteio, mostrando a segurança que lhe é peculiar. O Palmeiras respondeu com Rony. Lançado na direita do ataque, o atacante invadiu a área e bateu rasteiro. Everson caiu e defendeu com segurança.
Mais atento, o Atlético chegou ao seu gol aos sete minutos com Vargas. Jair recebeu livre na ponta direita e cruzou na cabeça do chileno, que chegou antes de Marcos Rocha e completou para as redes. Animado, Vargas quase marcou o segundo três minutos depois. O atacante recebeu lindo passe de Nacho, mas bateu para fora, à direita do gol.
Normalmente agitado, Abel Ferreira pediu calma aos jogadores depois do gol sofrido. Parecia que o português saberia o que aconteceria. Uma escolha do treinador foi decisiva para o empate. Ele lançou mão de Gabriel Veron no lugar de Rony aos 21 minutos. Aos 22, em sua primeira participação, o jovem atacante foi lançado na esquerda, deixou Nathan Silva para trás, invadiu a área e rolou para Dudu completar de carrinho para o gol.
Depois de empatar, o Palmeiras se fechou com inteligência e disciplina tática, sendo capaz de anular as principais jogadas do forte time atleticano. Além disso, conseguiu encaixar alguns contra-ataques, mas não aproveitou nenhum deles. Na melhor oportunidade, Wesley exibiu boa defesa de Everton.
Os cerca de 18 mil atleticanos gritaram “eu acredito” das arquibancadas, mas se silenciaram depois que viram que a equipe não conseguiu vencer o bloqueio defensivo palmeirense. Cuca tentou de tudo, mudou a equipe e colocou até mesmo o zagueiro Rever para brigar pelo alto. Foram incontáveis cruzamentos para a área. Sem sucesso. O Palmeiras é o primeiro finalista da Libertadores 2021.
Recordes e mais recordes
O Palmeiras amplia para 14 jogos sua série invicta como visitante na Libertadores, maior marca da história do torneio. Pela sexta vez em uma final da competição, o Palmeiras já garante ao menos cerca de R$ 31 milhões, prêmio pago ao vice-campeão. Quem ficar com a taça garante R$ 80 milhões.
Foi a segunda vez que o Galo cai invicto em uma grande competição onde tinha chances reais de título. O time alvinegro repetiu o fatídico ano de 1977, quando o Atlético perdeu o título Brassileiro daquele ano para o São Paulo nos pênaltis, sem perder uma partida sequer. O filme repetido foi visto no Mineirão, com o Galo levando apenas quatro gols em toda a Libertadores.
Como fica?
O Palmeiras aguarda agora o vencedor do confronto entre Flamengo e Barcelona, do Equador, para saber quem enfrenta na grande final, dia 27 de novembro, no Estádio Centenário, em Montevidéu. O Flamengo venceu o jogo de ida por 2 a 0 e disputa a volta nesta quarta-feira, em Guayaquil.
Próximos jogos
O Atlético-MG volta a campo neste sábado, às 21h30 (de Brasília), contra o Internacional, pelo Campeonato Brasileiro. No domingo, às 18h15, o Palmeiras recebe o Juventude, também pelo Brasileirão.
Ficha técnica
Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras
GOLS: Atlético-MG: Vargas [52′] Palmeiras: Dudu [68′]
ATLÉTICO-MG: Everson; Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso e Guilherme Arana; Jair (Savarino), Allan, Zaracho (Eduardo Sasha) e Nacho Fernández (Réver); Hulk e Vargas Técnico: Cuca
PALMEIRAS: Weverton; Luan, Gustavo Gómez e Renan; Marcos Rocha (Gabriel Menino), Felipe Melo, Danilo, Raphael Veiga (Wesley) e Piquerez; Dudu (Zé Rafael) e Rony (Gabriel Veron) Técnico: Abel Ferreira (Globo Esporte)