O primeiro episódio da negociação entre Yaya Touré e Botafogo começou da mesma forma que se iniciou a vinda de Honda para o Alvinegro. O representante brasileiro do jogador da Costa do Marfim ofereceu o atleta à diretoria e, a princípio, os dirigentes negaram. Mas, após verem a mobilização da torcida nas redes sociais, mudaram de ideia e resolveram ir adiante para tentar fechar a negociação.

Ao todo, o GloboEsporte.com publicou 24 matérias sobre o assunto nos 15 dias de negociação, seja com atualizações ou opiniões de especialistas e jogadores. Entre indas e vindas, o Glorioso esteve cético, otimista e pessimista com a possibilidade da chegada do marfinense. No mesmo dia da publicação do interesse alvinegro, o próprio presidente do clube se manifestou ao dizer que seriam “salários dentro da realidade financeira”.

Valores e conversa com Autuori

Mas não foi exatamente por aí. Primeiro, Yaya pediu mais do que Honda e a esperança do Botafogo passou pelas mãos de investidores, como Felipe Neto e Marcelo Adnet. A partir daí, Carlos Augusto Montenegro entrou na jogada. De férias na Ásia, o ex-presidente foi direto para Paris, onde se comunicava por telefone com Yaya e o agente do jogador.

Enquanto a negociação rolava, o Botafogo tinha um compromisso importante pela Copa do Brasil. Depois de passar pelo Náutico, Autuori comentou em entrevista coletiva que conversou com o meio-campista e disse estar “muito animado”.

Autuori se animou com chance de treinar Touré — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Autuori se animou com chance de treinar Touré — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Ponto final ou até breve?

Na quinta-feira da semana retrasada saiu a primeira data de reposta prevista do jogador. Montenegro e o atleta conversaram por telefone e o Alvinegro aguardava uma resposta no dia seguinte, o que realmente aconteceu. Porém, o ex-Manchester City pediu salário maior devido à retenção de impostos no Brasil.

O Botafogo aceitou e chegou a redigir um novo contrato, mas foi a partir daí que a negociação deu uma virada negativa para o Glorioso. A diretoria passou quase todo o Carnaval sem muitas novidades para passar à torcida. O vice-presidente de marketing, Ricardo Rotenbergchegou a fazer alguns contatos via Twitter, mas apenas avisar que o debate seguia.

Assim como com Honda, Rotenberg (esquerda) foi canal em nova negociação — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Assim como com Honda, Rotenberg (esquerda) foi canal em nova negociação — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Passaram-se mais alguns dias de negociações arrastadas, o que deixou até membros da diretoria ansiosos. Até que, enfim, nesta terça-feira, Rotenberg afirmou que a negociação estava encerrada, mas apenas por enquanto.

Segundo o dirigente, o clube mantém as portas abertas para uma vinda no futuro. A esperança alvinegra está no bom entendimento em termos econômicos nas conversas do clube com Yaya. Como o próprio Rotenberg afirmou, a decisão foi mais baseada em razões pessoais, de origem familiar. Por isso, há quem insista em manter contato para fazer uma nova investida no meio do ano.

Elenco fechado?

Sem Yaya, o Botafogo não pensa em trazer outro nome grande no mercado. Pelo contrário: o clube considera o elenco inchado e pretende negociar alguns jogadores. A única exceção é o atacante Gabriel Novaes, que depende apenas de detalhes burocráticos para ser anunciado.

A ideia do técnico Paulo Autuori é contar com um grupo de menos de 30 atletas. Hoje, o elenco tem 34. Na última terça-feira, o Alvinegro devolveu Thiaguinho ao Corinthians. Além dele, outros seis atletas estão treinando separadamente em busca de um novo clube: Bochecha, Fernandes, Helerson, Leandrinho, Lucas Campos e Wenderson. (Globo Esporte)