Interessante que os dois protagonistas dos mais insensatos pronunciamentos, calúnias e ofensas mútuas, estão passando ao mesmo tempo pelo mesmo problema, ou seja, possíveis prisões dos filhos: o Bolsonaro com o filho Zero Um, e o Lula, com o brilhante empresário Lulinha.
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O primeiro – o Flávio – desmerece o discurso de honestidade que o pai escolheu para ganhar votos; e o segundo coloca um item a mais na “capivara” do Lula.
O filho Senador por enquanto está protegido pelo mandato parlamentar que oferece vacina contra a prisão, mas o Lulinha não tem salvaguarda o que sugere a possibilidade de esperar no xilindró a chegada do filho do atual presidente.
Comenta-se que o pai do Zero Um está trabalhando para impedir a aprovação da prisão em segunda instância e não vetou o juiz de garantias justamente para adiar a prisão do filho em eventual condenação.
O Senador Flávio fez o que 90% dos políticos fazem que é encampar parte do salário dos funcionários de seu gabinete. O Lulinha, por sua vez, repetiu um procedimento recorrente no País ao “vender” decisões do Pai, o famoso tráfico de influência. Ambas condenáveis atitudes que se alastram por todo o Brasil.
Nossa safra de presidentes, ex-presidentes e de suas crias está entre as piores das últimas décadas. Não só mandatários como também futuros candidatos tais como Ciro Gomes (não sei se tem algum herdeiro mala) um dos políticos mais grosseiros e destemperados que o Brasil já teve.
O Ciro foi filmado neste final de semana (21/12) saindo de um bar em Fortaleza com um litro de uísque na mão e xingando Jair Bolsonaro de ladrão. Este – o Bolsonaro – três dias antes dissera – como se isto fosse desabonador – que tal repórter tinha “cara de homossexual”. E o Lula em comício recente defendeu o ex-governador da Paraíba gravado negociando propina em troca de favores, além de pregar a baderna como protesto.
Estes fatos não deveriam espantar. O Ciro sempre fez este estilo briguento que a velhice não conseguiu amenizar; o Bolsonaro só se destacou na Câmara nos conflitos, brigas e xingamentos.
O Lula vai continuar o mesmo enfezado candidato sem chances de mudar porque não tem lastro para isso. Embora tenha sido líder sindical por muitos anos, deputado federal e presidente da República nunca quis dar uma lapidada no espírito. O Brizola afirmava ter ouvido da boca do ex-presidente que ele nunca tinha conseguido passar da página 16 de qualquer livro e que ler muito embaralha as ideias.
Bolsonaro, Lula e Ciro têm juntos cerca de 80% dos votos do País, o que mostra perturbadora preferência do povo por políticos broncos. Presidentes não precisam ser poetas; nem, ao contrário, tão toscos como esse trio.
Fazer o quê? Estes são os males da democracia.
*RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Mato Grosso.
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