As investigações da Polícia Federal apontaram que o grupo criminoso alvo da “Operação Hermes II”, que extraia ouro de forma ilegal da Amazônia, utilizava os sistemas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para dar a aparente legalidade à circulação de quantidade exorbitante de mercúrio que era usado na extração na região. A ação cumpre 29 mandados de buscas e apreensão em Cuiabá, Poconé, Peixoto de Azevedo, Cáceres, Alta Floresta, Pontes e Lacerda, Nossa Senhora do Livramento e Nova Lacerda.

A partir de análise de milhares de fontes e bases em documentos e dispositivos eletrônicos durante mais de 10 meses, a PF identificou uma extensa cadeia organizada de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema ilegal de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia, que retirou sete toneladas de créditos dos sistemas do Ibama.

Os investigados responderão na medida de suas condutas pelos crimes ambientais e contra a administração ambiental, falsidade ideológica, uso de documento falso, contrabando, associação criminosa, receptação e perigo para a vida ou saúde de outrem, além de organização criminosa, usurpação de bens da União e ocultação de bens.

OPERAÇÃO HERMES II

A investigação apontou que as principais formas utilizadas pelos investigados para a movimentação de valores foram a utilização de interpostas pessoas, como laranjas, com o fim de ocultar o verdadeiro responsável pelas operações comerciais e financeiras ou mesmo o verdadeiro proprietário de bens, diretos e valores, empresas fantasma.

Além das buscas, foi decretada pela Justiça a imposição de fianças de duzentos salários mínimos e o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante superior R$ 2,9 bilhões, visando reparar os danos, a operação engloba a fiscalização pelo Ibama com a possibilidade de aplicação de multas, suspensão de atividades e embargos de áreas de mineração pelo Ibama, assim como a apuração de condutas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a importação e comércio de mercúrio, recicladoras de resíduos e mineradoras de ouro.

(Com assessoria da PF)