A Polícia Federal em Barra do Garças cumpriu nesta quinta-feira (31), em Confresa (1.060 km de Cuiabá), durante a deflagração da 2ª fase da “Operação Res Capta”, dois mandados de busca e apreensão, sendo um na sede de uma empresa suspeita de ter atuado decisivamente na camuflagem do suposto recebimento de propinas por servidores da FUNAI de Ribeirão Cascalheira e o outro na residência da pessoa responsável pela referida empresa.

Através da análise preliminar do material apreendido na 1ª fase da “Operação Res Capta”, em cotejo com as diversas oitivas realizadas, apurou-se que as pessoas que arrendavam ilegalmente terra na Reserva Indígena Marãiwatsédé estavam sendo obrigadas a pagar 10% do valor do arrendamento, de forma antecipada, a servidores da FUNAI de Ribeirão Cascalheira, por supostos serviços de medição da área.

 

Pagariam, ainda, após a finalização das supostas medições, R$ 5,00 por hectare medido, o que poderia totalizar cerca de R$ 825.000,00, considerando a extensão da Terra Indígena.

Através da deflagração da 1ª fase da Operação, interrompeu-se a continuidade delitiva.

Segundo o teor dos interrogatórios prestados na Delegacia de Polícia Federal em Barra do Garças, os servidores alegaram aos locatários que as medições seriam imprescindíveis para formalizar um suposto Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público Federal. Esse TAC, que nunca existiu, permitiria aos locatários explorar economicamente à Terra Indígena Marãiwatsédé por até 15 anos.

A empresa contratada por um dos servidores da FUNAI que foi preso na 1ª fase da Operação é suspeita de ter papel preponderante no esquema, eis que ela era responsável pela execução dos serviços desnecessários.

Suspeita-se que as supostas medições serviriam para camuflar a natureza ilícita dos pagamentos.