A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), cumpre dois mandados contra envolvidos em suposto desvio de recursos na área da saúde em Cuiabá. A ação faz parte da segunda fase da “Operação Hypnos” e ocorre na manhã desta quarta-feira (8).

Nesta fase, são cumpridos dois mandados de prisão, suspensão do exercício de função pública de três servidores da Central de Abastecimento Farmacêutico da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) e a suspensão do exercício de atividade de natureza econômica da empresa Remocenter – Remoções e Serviços Médicos Ltda.

Em nota, a Empresa Cuiabana de Saúde Pública esclareceu que um dos envolvidos, que teve mandado de prisão, já foi exonerado em fevereiro de 2023 e não mantém vínculos com a gestão. Ainda conforme nota, a empresa vai atender as outras medidas judiciais.

A reportagem tenta contato com a empresa Remocenter – Remoções e Serviços Médicos Ltda.

Segundo a polícia, a investigação foi concluída em 17 de fevereiro de 2023 e já foi convertida em ação penal, com denúncia oferecida pelo Ministério Público e recebida pelo juízo da 7ª Vara Criminal da Comarca da Capital, tornando réus os 11 indiciados no inquérito  policial. Também foram determinadas duas medidas cautelares, prisão contra oito investigados que respondem em liberdade à ação penal.

Ainda de acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, foi ampliada a determinação quanto ao sequestro de bens, que agora supera R$ 3,2 milhões, correspondentes aos pagamentos fraudulentos que foram encontrados.

Prisões

Uma das pessoas presas é suspeita de ter tentado desaparecer com provas e atrapalhar as investigações. No cumprimento de buscas na casa dela, foram encontradas e apreendidas peças de um processo administrativo que deveriam estar nas dependências da Empresa Cuiabana de Saúde Pública.

Entre os documentos, havia um atesto de recebimento de medicamento, subscrito por um servidor, e que não havia sido anteriormente localizado na documentação solicitada à Prefeitura de Cuiabá. De acordo com as investigações, esse atesto é falso e, por isso, o servidor que realizou esse ato passou a ser investigado.

A outra pessoa alvo de mandado de prisão é suspeita já é acusada de participação em uma organização criminosa que se instalou na saúde pública do Estado de Santa Catarina, também no período da pandemia de covid-19. O caso ficou conhecido como “esquema dos respiradores fantasmas”.

Prisão de ex-secretário

Célio Rodrigues, ex-secretário de Saúde de Cuiabá, é preso em Cuiabá — Foto: Luiz Vieira/TVCA

Célio Rodrigues, ex-secretário de Saúde de Cuiabá, é preso em Cuiabá — Foto: Luiz Vieira/TVCA

O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, foi preso pela Polícia Civil na manhã do dia 9 de fevereiro, durante a primeira fase da Operação Hypnos. Na casa dele, a polícia apreendeu R$ 30.962 mil em dinheiro.

Célio já havia sido preso pela Polícia Federal, em outubro de 2021, na segunda fase da Operação Curare, por suspeita corrupção e lavagem de dinheiro com desvios de recursos da Saúde. Na primeira fase, ele foi exonerado do cargo.