A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (7) a “Operação Acesso Maldito” com foco no combate a uma série de crime em especial contra o tráfico de drogas e acesso ilegal de aparelhos celulares na Cadeia Pública do município de Alto Araguaia. São cumpridos dois mandados de prisão, dois de busca e apreensão, além de bloqueios de contas bancárias e quebra de sigilo telefônicos.
Entre os alvos estão uma policial penal e um reeducando apontado como o responsável pelo tráfico de drogas e acesso de celulares dentro da cadeia.
A operação contou com 15 policiais civis, quatro viaturas, sendo realizada uma inspeção completa em todas as dependências da cadeia local, com o foco na apreensão de drogas, aparelhos celulares e outros objetos ilícitos. A inspeção contou com a participação do Grupo de Intervenção Rápida do Sistema Penal, da Capital.
Investigações
Desde agosto de 2022, foram apreendidos, no interior da cadeia de Alto Araguaia, 50 aparelhos celulares e 300 porções de maconha. O estabelecimento penal da cidade conta atualmente com mais de 100 reeducandos, atendendo as cinco cidades da região, composta pelos municípios de Alto Garças, Alto Taquari, Ponte Branca, Araguainha, além de Alto Araguaia.
Com o andamento das investigações foi possível identificar a participação direta, de pelo menos, uma policial penal, que teve a prisão decretada.
As investigações apontaram que o processo se iniciava com a arrecadação de celulares por membros de organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas na cidade. Esses aparelhos celulares são obtidos por meio da prática dos crimes de furto, roubo e até mesmo pela troca por drogas, realizada por usuários.
Os celulares então eram entregues para a policial penal em sua casa, que por possuir acesso irrestrito na cadeia pública, posteriormente repassava para os internos. A participação da policial penal era recompensada com valores e drogas, caracterizando também o crime de corrupção.
Ainda durante uma investigação envolvendo um caso de sequestro, tortura e cárcere privado, ocorrido na cidade, foi comprovado o intenso uso de celulares pelos presos, na medida em que os criminosos que estavam com a pessoa sequestrada fizeram várias ligações, por videoconferência, com os presos, numa espécie de ‘tribunal do crime’, para decidirem qual seria o destino da vítima.
O delegado responsável pelas investigações, Marcos Paulo Batista de Oliveira, destacou que as investigações comprovaram a permeabilidade e ausência de controle efetivo de acesso de objetos ilícitos no estabelecimento prisional, potencializada com a participação de servidor do sistema penal.
“Os presos, com o acesso facilitado de celulares e drogas, continuam praticando livremente os mesmos crimes que os levaram a prisão”, disse o delegado.
(HNT)