O turista que deseja ver o maior felino das Américas, a onça pintada, livre em seu ambiente natural, precisa viajar para o Pantanal matogrossense na seca, que vai de junho a novembro, quando toda a fauna se concentra nas margens e alagados do rio Cuiabá. O animal se aproxima da água para caçar e pode ser vista bem de perto.
A onça pintada foi extinta nos Estados Unidos. Hoje vive no México, na América Central e em quase toda a América do Sul. Mas é em uma pequena parte do pantanal brasileiro, no encontro do rio Piquiri com o Cuiabá, divisa do estado de Mato Grosso, com o Mato Grosso do Sul, que se pode vê-la com maior facilidade. Um macho adulto pode medir até três metros de comprimento e pesar 150 quilos. Animais não se incomodam com barulhos de barcos e presença de gente.
No pantanal do Porto Jofre existem várias pousadas que oferecem guias e barcos para o passeio. O lugar é frequentado principalmente por turistas estrangeiros que pagam diárias de até R$ 1 mil. Um dos pontos mais frequentados pelas pintadas é o Parque Estadual Encontro das Águas, criado pelo governo de Mato Grosso. A reserva tem 108 mil hectares e se pode ver a exuberância do Pantanal bem de perto. A região ainda tem mais de 50% de sua biodiversidade preservada.
O lugar é frequentado apenas por pescadores que em geral não incomodam os bichos. Por isso elas não se sentem ameaçadas e não se incomodam com o barulho dos motores e com a presença de gente na água.
Para prevenir acidentes, cientistas reunidos pelo Conselho do Meio Ambiente de Mato Grosso editaram uma resolução que regulamenta o avistamento de onças no Pantanal. Recomenda-se que seja feito de barco com permanência de no máximo 20 minutos, numa distância nunca inferior a dez metros. É expressamente proibido alimentar as onças para facilitar a aproximação do bicho.
A estratégia dos guias para encontrá-las mais depressa é espalhar os barcos em distâncias curtas. Todos são dotados de rádio. O primeiro que avistar a onça avisa os demais.
As pintadas do Pantanal são as maiores já encontradas nas Américas. Um macho adulto pode medir até três metros de comprimento e pesar 150 kg.
Ao todo, sete onças da região são monitoradas por biólogos. Elas usam uma coleira com GPS e são monitoradas a todo instante em uma base de pesquisa. O biólogo Fernando Tortato, a ONG Pantera, diz que o GPS substitui o rádio que antes era colocado no pescoço dos animais e transmitia apenas sinais sonoros em VHF, a curta distância. “Na época de seca, muitos animais ficam próximos do rio para procurar água”.
O cio da onça pintada pode durar de duas a três semanas. Depois que o macho sente o cheiro dela, eles cruzam várias vezes por dia. A gestação da onça pintada dura cerca de 100 dias e ela tem no máximo três filhotes.
Em todos os lugares onde vive, a pintada desempenha um importante papel no controle das espécies que fazem parte de seu cardápio. Se o ambiente está em equilíbrio, como é o caso da região, ela não ataca o homem e nem os animais domesticados por ele.