Durante obras em uma escola na França, arqueólogos encontraram 13 restos mortais de adultos foram encontrados em um antigo cemitério. Enterrados há mais de 2 mil anos, todas os corpos estão na mesma posição: sentados, com os corpos voltados para na direção oeste. Suas costas estão apoiadas na parede da cova e os braços e pernas dobrados a frente do corpo – uma prática fúnebre um tanto atípica, segundo especialistas.

A descoberta foi feita durante reforma em uma escola na cidade francesa de Dijon. Por muito tempo um cemitério, o local foi, mais tarde, usado para agricultura e para o abate de animais nos séculos 16 ou 17, como sugerem fileiras de plantio e crânios de vaca presentes no local.

Com cerca de um metro de diâmetro, as covas foram posicionadas de modo uniforme em um espaço de 25 metros de comprimento. No mesmo cemitério, os arqueólogos também encontraram túmulos de crianças que teriam sido enterradas no século 1 a.C., mas estas foram posicionadas deitadas de lado ou de costas.

“Estamos mais acostumados a enterros de indivíduos reclinados, em geral de costas, com os membros inferiores estendidos. E não dobrados dessa forma”, afirmou Annamaria Latron, arqueoantropóloga do Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Inrap), ao jornal francês Le Monde.

Os pesquisadores sugerem que as pessoas enterradas podem ser membros de famílias de alto status ou políticos e figuras religiosas. Essa teoria contrapõe a hipótese anterior, de que eles seriam criminosos enterrados nessa posição como uma forma de punição.

Apenas um artefato foi encontrado nos túmulos: uma braçadeira de pedra, datada de 300 a 200 a.C. Acredita-se que os enterrados eram gauleses, um povo celta que viveu nos territórios conhecidos hoje como França, Bélgica, Alemanha e Itália, da segunda Idade do Ferro. Mas os pesquisadores pretendem realizar análises químicas e de DNA para descobrir mais sobre o corpos, bem como usar datação por radiocarbono para determinar com precisão a data dos enterros.

Cemitério localizado em Dijon foi usado para agricultura e abate de animais no passado, séculos depois dos enterros — Foto: Christophe Fouquin/Inrap
Cemitério localizado em Dijon foi usado para agricultura e abate de animais no passado, séculos depois dos enterros — Foto: Christophe Fouquin/Inrap

Outros 11 túmulos com mortos sentados já foram encontrados na França e na Suíça, sempre próximos a residências aristocráticas, santuários ou locais de culto.

(Por Redação Galileu)