Obra para construção de túnel revela naufrágios centenários na Suécia

As investigações arqueológicas começaram no local em 2019. Em 2022, a equipe encontrou alguns vestígios das embarcações Varbergsvraken 2, 5 e 6.

Acredita-se que o veleiro Varbergsvraken 2 tenha sido construído na década de 1530, com madeira de carvalho local e clínquer — material vulcânico utilizado como cimento.

As embarcações com clínquer eram constituídas com sobreposição de pranchas e por isso, tinham a aparência estriada ou com desníveis — algo parecido com degraus. Esse tipo de construção é uma das mais antigas do norte europeu.

A estrutura naval do naufrágio 2 era a mais bem preservada. Em contrapartida, não sobrou muita coisa dos navios 5 e 6.

A equipe encontrou os restos de um material chamado berghult, algo que protegia o casco do navio durante a atracação — processo de aproximação da embarcação na margem do mar. A ferramenta continha evidências de queimadura, indicando que antes do naufrágio, o barco pode ter sido incendiado intencionalmente.

O Varbergsvraken 5, datado no século 17, também foi construído com madeira escandinava. A equipe estipula que as embarcações 2 e 5 navegaram fora das cidades medievais Varberg e Ny Varberg.

Como destaca o site da consultoria de arqueologia Arqueologerna, arqueólogos encontraram um raro esconderijo de equipamentos e peças de reserva de navios a bordo do Varbergskoggen 1, a primeira embarcação encontrada. Os itens estavam protegidos de eventuais saqueadores de naufrágios por uma pilha de pedras.

Segundo comunicado, as primeiras amostras dendrocronológicas (datação por anéis de árvores) mostram que o Naufrágio 1 foi construído com madeira derrubada após 1346 na região que hoje abrange os Países Baixos, a Bélgica e o nordeste da França. Já o naufrágio 2 foi montado com carvalho derrubado entre 1355 e 1357 no norte da Polônia.

Diferente dos outros, o Varbergsvraken 6 foi constituído com carvel — tábuas que fazem parte do casco. Durante as escavações, a embarcação 6 era a única com a estrutura quilha preservada.

A equipe de pesquisa ainda está conduzindo análises dos barcos Varbergsvraken 3 e 4. As evidências desses naufrágios podem contribuir para agregar informações sobre a dinâmica do comércio marítimo medieval.

“Estamos agora avançando com a conclusão das análises dos naufrágios 3 e 4 de Varberg, nossas engrenagens do século 14, para que o trabalho do relatório possa começar a sério. Será muito interessante e teremos muitas coisas emocionantes para contar no futuro”, diz Elisabet Schager, gerente de projeto da Arkeologerna.